sexta-feira, novembro 20, 2009

Los Angeles

E' uma cidade tao grande que fica dificil andar por ela.

Tem, relativamente ao seu tamanho e populacao, poucos transportes publicos, o que tira a paciencia dos losangelenses (ou losangelinos?) ou os chamaremos simplesmente de "Anjos"?..., que decidem comprar carros, entupindo a cidade nas horas de rush, causando enormes congestionamentos em todas as grandes vias, que sao muitas.

Outra peculiaridade: a cidade foi formada no deserto e a temperatura agora, que estamos em pleno outono, e' por volta de 20 a 28 graus durante o dia, um sol brilhante de doer, mas 'a tarde, la' pelas 16:00, baixa o sol e cai a temperatura numa velocidade estranha para no's dos tro'picos. Comeca a ficar frio, sem vento, e a temperatura vai caindo ate' mais ou menos 12 ou 10 graus, ou ainda bem menos.

Outra coisa, e' que nao chove aqui, quase nunca. A a'gua que serve a cidade vem do rio Colorado, muito longe daqui. Do aviao, vi uma u'nica represa, no meio do deserto. Suponho que seja dali que vem a a'gua.

Vou contar a voces as nossas aventuras pela cidade nesse dia (13 de Novembro, sexta-feira passada).

Sempre gostamos de andar a pe' ou de onibus para sentir o povo e seu modus vivendi, por isso resolvemos ir de onibus ao Cirque de Soleil, com os ingressos ja’ comprados pela Internet, para as 18 horas.

O Circo esta’ armado na Praia de Santa Monica e pudemos tomar facilmente apenas um onibus ate’ la’. Mesmo assim, a Chris imprimiu todo o trajeto e o numero do onibus para os dois velhinhos corajosos andarem sozinhos nesta cidade “perigosa”, que tem assaltos, incendios e terremotos. (Como se nao mora’ssemos em Sampa…)

Sai’mos muitas horas antes para dar um passeio pela Promenade, um “calcadao” chique, de lojas o’timas, tudo muito bonito e caprichado, ja’ enfeitado de luzes para o Natal.

Mas nao deu tempo. Comemos um sanduiche ra’pido e deixamos o passeio para depois do circo. De repente o sol foi descendo e a temperatura caindo.

Dava para ver a linda lona amarela e azul, sobre os mastros embandeirados apontando para o ce’u azul, la’ na praia, o mar ao fundo. Chegou a hora e fomos para o Cirque. O espeta’culo era o Kooza, a historia de um menino com uma pipa, que encontrou um ma’gico, que com sua varinha de condao fez aparecer um casal de ciclistas e uma caixa. Dentro da caixa tinha um circo… com todos os seus artistas, malabaristas, contorcionistas, palhacos e ma’gicos, trapezistas e equilibristas, alem de um numero dificilimo, com duas imensas rodas girando uma em volta da outra, onde dois homens andavam por dentro enquanto elas giravam e depois um deles andava la’ em cima, por fora, corria e pulava corda. Nao da’ para descrever, so’ vendo mesmo!

Como sempre, o Cirque de Soleil e’ deslumbrante em seus artistas vestidos e maquiados criativa e maravilhosamente, e em seus numeros de quase impossivel dificuldade.

Ainda bem que a Chris havia me emprestado uma echarpe comprida de pashmina, que deu para enrolar nos pescocos dos dois, pois quando saimos, ‘as 20 horas, fazia frio e e’ claro que fomos passear na Promenade e aproveitei para comprar uma blusa para vestir por baixo da camisa fina que estava usando.

Quando nos demos conta eram 22 horas e estava frio para danar!

Tentamos tomar um taxi, mas quando passava algum, raro, ja’ estava ocupado. Teri’amos de chamar algum por telefone, mas o Nelson nao queria, porque se lembrou que quando a Chris chamou um deles, perguntaram tanta coisa para ela que ele nao saberia responder. Entao, taxis, fora! Esperamos mais de uma hora pelo onibus 704 e nenhum aparecia. Mas passaram alguns de numero 4, de uma linha diferente, mais popularzona. Lembrei-me de que esses passaram pelo ponto de ida e resolvemos tomar esse mesmo. O frio estava intenso e no’s, desagasalhados.

Imaginem se pega’ssemos outra gripe, ou tive’ssemos uma recai’da.

Nem pensar! Ter de usar ma’scaras novamente? Nao poder beijar o cabelinho cheiroso do Andre’, nao poder pegar na sua maozinha, nos seus pezinhos? Nem imaginar tal barbaridade! Comecei a ficar nervosa…

Passou um numero 4 e fui entrando, o Nelson meio bravo atra’s, obrigado a me acompanhar, nao ia me deixar tomar um onibus sozinha aquela hora da noite. E’ verdade que os usuarios deste onibus tinham uma aparencia bem diferente dos do 704, muitos homens jovens e mal encarados, arrogantes, alguns davam ate’ um certo arrepio de medo. O Nelson me olhando feio, eu insegura… mas prestando toda a atencao aos nomes das ruas para ver se estavamos indo na direcao certa.

Chegando ao cruzamento com a Vine Ave, puxei o cordao e o onibus parou. O Nelson foi pego de surpresa e desceu atras de mim, esbravejando que haviamos descido um ponto antes. Sem olhar para tras, sem ver o nome da rua, respondi que entao deviamos andar para a frente. E fomos. Mas agora, sim, estavamos errados.

Eram 23 horas e 30 e estavamos nos afastando da Vine em direcao ao norte. Os nomes das ruas que atravessavamos eram desconhecidos, o frio estava cortante, minhas pernas forcadas ao maximo e a Avenida Vine nao chegava, e’ logico… Ja’ ficara para tras ha’ muito tempo.

Meia noite. As ruas desertas, compridas, indiferentes… Nem carros, nem onibus passavam mais.

Pela minha cabeca passavam flashes do Jay dizendo que tivessemos muito cuidado, que havia assaltos e maldades. E tambem, de repente, passou a ideia de que o Nelson estivera errado e que haviamos descido, sim, no ponto certo, mas do outro lado da esquina e que a Vine ficara la’ atras… Mas ele nao acreditava…

Tive de sentar num banco gelado, porque nao podia mais parar em pe’… E tive o primeiro ataque de riso, pelo ridiculo da situacao. O Nelson ficou mais bravo. Mas teve de aceitar minha decisao de voltar tudo para tras.

E desta vez estavamos voltando para casa…

Enregelados e a pe’… Tive mais um ataque de riso, ate’ chegarmos ‘a nossa rua, mais de meia noite…

A Chris abriu a porta, a situacao invertida: os pais chegando tarde, causando preocupacao… e tive meu terceiro ataque de riso…


3 Comments:

At 22/11/09 4:39 PM, Anonymous primacaçula said...

PARECE QUE EU ERA UMA ABELINHA SEGUINDO VOCÊS, QUANDO NOS DESCREVEU ESTE EPISÓDIO!!!
ACHO QUE NO SEU LUGAR EU TERIA NÃO TRÊS, MAS UNS DEZ ATAQUES DE RISO.

QDO IA LEVAR MEUS FILHOS PARA TOMAREM VACINA, ACONTECIA ISSO E O PEDIATRA "PENSAVA" ..(tenho certeza).. DE QUE EU ERA LOUCA!

CONTINUE CONTANDO ESSES PASSEIOS!

 
At 22/11/09 10:30 PM, Anonymous timtim said...

Que aventura, menina! Fiquei com pena do Dr. Nelson, mas fiquei orgulhoso de vc, Nice. No meio de tanto aperto, soube raciocinar e ainda rindo. Ou o riso era de nervoso? Eu adoraria fazer um passeio com vc. Parece-me ser uma companhia sebsacional. Faço coro à primacaçula: continue contando suas aventuras e documentando o crescimento do André.

 
At 22/11/09 11:37 PM, Blogger marianicebarth said...

Pois e', Timtim! Ri do ridiculo da situacao, mas nao foi de nervoso, nao. Rir e' o melhor reme'dio, nao?
Mas que foi engracado, foi mesmo!

 

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