sexta-feira, setembro 22, 2006

Aventuras de Robson

Capítulo III - Sociedade com o “Homem que A bria as Portas”
...“Foi logo que comecei a ganhar um pouco de dinheiro e fui abrir uma conta no City Bank... Tinha uns clientes muito bem vestidos entrando e um homem que ficava lá abrindo a porta para eles. De cada um, ele ganhava uns trocados. Às vezes, algum mais generoso ou mais rico dava até alguma nota maior, porque neste país, todo favor feito deve ser pago e todos esperam isso. Toda vez que eu ia ao banco, o homem estava lá abrindo a porta para todos. Mas havia alguma coisa que eu não conseguia compreender: o homem enfileirava na marquise uma carreira comprida de moedas de 1 cent. Isso eu percebia todas as vezes. Comecei a ficar embatucado com aquilo. Um dia resolvi perguntar o porque daquilo e ele respondeu que as moedas de 1 cent não valiam nada, então ele não as queria...”
— Você não quer? — estranhei.
— E o que você faz com elas?
— Deixo aqui — respondeu.
— E se eu quiser essas moedas?... — sondei.
— Pode levar!” E dizendo isso, passou a mão pela marquise, varrendo as moedas para a outra mão e me estendeu: — Toma, são suas.
— Posso passar por aqui e levar mais dessas... todo dia?
— Of course! — riu ele.
"Assim começou a minha sociedade com o homem que abria a porta do banco. Todo dia eu dava um jeito de dar uma passada por lá bem no fim da tarde e limpava a marquise pra ele... (risos). Fui guardando e, quando já eram muitas moedas, levei ao banco para trocar e tinha 38 dólares!" — Olhou para nós e abriu os braços: — Tá vendo? Ele tava jogando dinheiro fora!”
Nelson e eu ficamos maravilhados. Nunca pensei dessa maneira, acho que eu era mais da opinião do “mendigo”, que moedas muito pequenas nada valem... Mudei de idéia daí em diante...
Continua

3 Comments:

At 22/9/06 11:34 PM, Blogger marianicebarth said...

primacaçula, sobre a palavra estória, acho que não pegou. No Grande Dicionário Larousse Cultural, nem consta. Mas na Barsa, que gosto mais, sim: estória é "causo", lenda, ficção; e história é narrativa ordenada, escrita, dos acontecimentos e atividades humanas ocorridas no passado; e muito mais, que nem cabe aqui.

 
At 23/9/06 8:36 AM, Blogger Antônio said...

Doravante também eu guardarei as moedas pequenas, ou melhor, para ficar na moda inculta: "Também eu estarei indo guardar doravante as moedas pequenas.
Quanto à palavra estória, que desapareça para sempre.

 
At 25/9/06 8:04 PM, Anonymous Anônimo said...

Que interessante a (e) (h)istória do mendigo e que esperteza o Robson!
Só pode ser mesmo brasileiro!
Ora...ora, meus amigos.... não conhecem aquele velho ditado: "de grão em grão a galinha enche o papo", ou não é do tempo de vocês?
Não temos então, uma palavra para expressar a vida real de alguém?
Parece que não é nem com (e) ou com (h)?

 

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