“BAGUNÇA? LIVRE-SE DELA. JÁ!”
O artigo da Revista Seleções parecia ser dirigido especialmente para mim. Extremamente envergonhada, a carapuça enfiada até o pescoço, decidi obedecer imediatamente à intimação!
Começando pelo “depósito”, atravancado há anos com tudo que podemos precisar um dia, fui colocando na rua objetos empoeirados, queridos e muito usados. O apego viciante e lacrimoso lá no fundo, tentando me comover e me fazer sentir culpada... “Puxa, mas... poderia consertar... E isto, que lindo!... Compramos quando nasceu o primeiro filho... É uma lembrança... Será que não convém guardar mais um pouco?...”
Mas o artigo, como a única solução para a minha falta de inspiração para pintar, impiedosamente me puxava para a realidade. E me estimulava a ir aumentando a pilha lá fora.
Foi então que passou um senhor, alto e meio gordo, numa frágil bicicleta Caloi Ceci quase nova, apresentando-se como Roberto e perguntando se eu queria vender aquelas coisas que estavam na calçada e se havia mais, pois ele possuía uma loja de objetos usados ou mesmo antigos. Contou que havia acabado de comprar aquela bicicleta ali na rua de baixo. Mostrei a ele algumas outras coisas e ele se interessou pela bicicleta do meu marido, sem pedal. Quis comprar, não consenti, ofereceu a Caloi feminina em troca, já gostei da idéia. Pagou em dinheiro R$ 60,00 pela pilha na rua e trocou as bicicletas. Viu meus quadros e encomendou um. Ficou meu amigo. Daí a alguns minutos ele voltou, contando que na rua de cima uma casa estava trocando o telhado, que o dono estava querendo doar as quatro mil telhas velhas e se eu queria algumas, de graça. Ora, cada vez que temos que trocar as telhas, precisamos mandar fazer, pois não são mais fabricadas e, de repente, me vi acompanhando o senhor Roberto até a tal casa, onde constatei que as telhas eram iguais às minhas. Ganhei noventa delas e ele ainda me ajudou a colocá-las no carro e a descarregá-las na minha garagem.
Moral da história: só por arrumar a casa, fiquei mais rica em R$ 60,00, ganhei uma encomenda de quadro, uma bicicleta e noventa telhas! Valeu a pena?
2 Comments:
Jo creo que es impossible para nosotros ler diuturnamiente sus blogs. Destarte jo no me preocupo más. Jo os lere aunque qui tenga que llevar las noches de ronda almiscarado e allumbrado.
É que tu andaste muito ausente, tanto no meu, quanto no teu e nos de nossos amigos. Doentinho, Shiost? Saraste, espero?
Alumbrado si, pero...almiscarado?!?
Mui bien, já estava sentindo falta...
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