quarta-feira, agosto 29, 2007

Loucura ou Normalidade?

Loucura ou Normalidade?
O que é loucura?
Um comportamento diferente dos padrões?
Ou, pergunto, quem é normal?
Uma pessoa "certinha" de acordo com os padrões estabelecidos pela sociedade? Que age dentro de um parâmetro? Uma pessoa previsível, que não dá um único passo fora da linha? Uma pessoa refinada? Digna de um título de nobreza? Ou um diploma de santidade? Uma pessoa que se orgulha de fazer tudo bem feitinho? Ou aquela que se acha "perfeita"? Conheci umas três ou quatro, todas mulheres e da mesma família e por incrível que pareça, acham-se perfeitas mesmo... (Oh, Deus! Perdoai-as)...

Que terrível... Que sem graça... Que tédio...
Confesso que prefiro os meio louquinhos... São tão mais interessantes! Hilariantes! E alguns embasbacantes e outros "antes".

Cada sociedade determina padrões diferentes. Na Inglaterra são desprezíveis as demonstrações de emoções, o que no Brasil é admissível e até admirável... Em alguns países orientais é preciso que se arrote após a refeição para indicar que a comida foi devidamente apreciada, o que entre nós é abominável... Em certas partes do mundo deve-se comer com as mãos. Algumas tribos do Alaska têm por costume oferecer, primeiro a "carne antiga" cheia de larvas vivas e se contorcendo (aaagh!), depois dessa deliciosa iguaria (para eles...), o prêmio, a suprema oferenda: a esposa, devidamente besuntada com óleo de baleia ou de foca, para dormir com o hóspede e se este não aceitar, o dono do iglu, ofendido, tem o direito de bater a cabeça do outro na parede de gelo, como mostra o filme Sangue sobre a neve (com Anthony Quinn em seu apogeu, nos anos 70 ou 80. Quem assistiu?).
Mas como não confundir loucuras inofensivas com usos e costumes? Como não cair na tentação de rotular os que são mais livres de peias sociais do que nós? "Não julgueis para não serdes julgados..."
O "Elogio da Loucura" é um livro instigante escrito por Erasmo de Rotterdam em 1509.
Amei o título de paixão, mas eu não iria tão longe... Por outro lado, se alguém se propõe escrever um livro tão louco, tem mesmo de ir até o fim!...
E vocês, o que pensam desse tema?
Mais algum exemplo?

7 Comments:

At 29/8/07 9:55 PM, Anonymous Anônimo said...

Obrigado Nice, por gostar de mim, isto é, dos "meio louquinhos".
Não conheço o "Elogio da Loucura" (só como citação), mas deve, mesmo ser bem legal.

 
At 29/8/07 10:12 PM, Blogger marianicebarth said...

Não sei se você iria gostar, Timtim. Eu ainda não li, mas estou interessada. É muito prá frente mesmo para a nossa época, pelo que pude ler na Internet.
Mas de você gosto muito, principalmente se for mesmo "meio louquinho"... Seremos dois...

 
At 30/8/07 7:45 AM, Blogger Polemikos said...

Segundo Carl Jung, isto é realmente simples.

O ego é a sede do comportamento condicionado, portanto da normalidade ... tem culturas totalmente baseadas sobre a educação e controle do ego, i.e. a americana onde tudo gira em torno de como a pessoa se comporta em sociedade! tudo muito superficial e "hipócrita" na minha definição

já o Self é o mais recondito e mais alto) do nosso Ser, mergulhado na Inconsciência mas que constitui a nossa verdadeira Realidade e donde surgem a nossa Individuação e Criatividade.

No lugar de ler algo de 5 séculos atras, porque não algo moderno como "Jung - O Mapa da Alma" de Murray Stein que faz uma retrospectiva bastante palatável do pensamento junghiano.

 
At 30/8/07 12:40 PM, Blogger marianicebarth said...

Êta nóis!
Como é bom lidar com gente inteligente, culta, lida e preparada!
Aceito a sugestão, mas tenho uma grande curiosidade de saber o quê o Erasmo aprontou tantos séculos atrás... Você o leu?
E sobre "Jung - O Mapa da Alma" interessa-me mais ainda. Obrigada pela sugestão!

 
At 30/8/07 5:52 PM, Blogger Polemikos said...

Não li Erasmo, não ...

 
At 30/8/07 8:46 PM, Blogger Antônio said...

Segundo Mesmeu, o filósofo triste, todos os seres racionais ou não são normais. Não existem loucos, tarados ou cães assassinos. Após essas premissas resolvi analisar profundamente minha família. Pai, mãe, irmãos, minha mulher, filhos e netos. Todos são ou foram pessoas completamente normais. Normais como todas as outras pessoas que conheço: cheios de manias, desvios de rumo, maluquices periódicas, devaneios absurdos, sonhos impossíveis, insônias possíveis, retidão de caráter, honestidade sem limite, obsessões passageiras, idéias fixas discutíveis, etc.
Mesmeu tinha razão: Todos são normais. Menos aquele que não tenha nenhuma das virtudes citadas. Se existir esse alguém, cuidado com ele, é um louco!

 
At 31/8/07 11:05 PM, Anonymous Anônimo said...

Puxa, Shiost! Adorei o seu comentário, me enquadrando em tudo o que escreveu da nossa família e dou-lhe total razão: todos somos normais, porque ser normal é de tudo isso um pouco!
Mas e o ditado: "De médico e louco todo mundo tem um pouco"?
Será verdadeiro?

 

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