Idiossincrasia
É a maneira de ser inerente a cada um, a "marca registrada" que vem com a gente e que quase todos temos. É aquilo que faz os outros dizerem: ninguém é perfeito.
Cá para nós, adoro uma boa idiossincrasia!
Tenho algumas, mas a maior de todas é a mania de ter aos pares tudo que me é mais querido, ou que vai deixar de ser fabricado, ou que não existe mais e que tenho de comprar em lugares especiais.Tenho dois filhos e duas filhas... Quatro netas... (Aliás, preciso contar das outras, que estão mocinhas).
Quando gosto de um sapato que calça bem e é confortável para o dia-a-dia, compro dois. Se for fenomenal, volto pra buscar mais dois (e deixo guardado...). Se amo de paixão um livro que me "divinizou" e se o leio muitas vezes ou o empresto para pessoas queridas, mas pouco cuidadosas e ele volta em triste estado, não tenho dúvidas: compro outro. Como o livro Xogum, de James Clavell, que precisei comprar duas vezes. A primeira pessoa nem leu e ainda o perdeu (!). Comprei outro, numa edição do Clube do Livro em dois volumes, encadernados em capa dura, lindos, e outra pessoa quis muito ler. Emprestei com todo carinho e ela também perdeu o segundo volume. Hoje fico olhando para a estante onde se encontra solitário o Volume I. É claro que isso não é suportável, pois é no segundo volume que tem a "Cerimonia do Chá", a coisa mais delicada e cheia de significados que existe. Então tive de comprar outro Xogum, mais dois volumes.
Quando me pedem para pintar um retrato, pinto dois e fico com um. Demoro para terminar, porque, na verdade, não quero ficar sem o quadro.
Tenho duas pinças, duas blusas e duas calças de cada cor, duas canetas na bolsa etc.. E por aí vai. Estranho...
8 Comments:
Quer dizer : o homem casado ter uma amante é uma forma de idiossincrasia parecida com a sua paixão pelos pares?
G. Turini
Meu Deus! Acho que não! (Risos, risos, risos...). Chamam isso de estepe. Mas quem é o estepe, não se sabe, se a amante ou a esposa. Quanto à minha idiossincrasia, sei a causa: medo de "ficar sem" as coisas amadas. Dos filhos, falei brincando, pois pessoas não nos pertencem, portanto não podemos perdê-las... Mesmo das coisas, possuí-las é uma ilusão: só compramos o direito de usá-las.
Me dê o endereço do seu outro Blog.
Há poucos dias vc disse que admira minha sensibilidade. Neste texto das idiossincrasias vc revela uma das virtudes que eu muito admiro: a transparência. Ao final do texto vc pergunta:"estranho?". Nestas suas revelações eu não vi nada de estranho. Feliz de quem pode se dar a estas idiossincrasias dos pares. Também admirei sua tranquilidade ao falar dos livros não devolvidos. É simples: vai lá e compra outro, sem grande sofrimento. Mas, que aborrece, isso aborece. Continuo admirando a facilidade com que vc desenvolve um texto agradável, sobre qualquer assunto.
Devo ter minhas idiossincrasias, mas no momento não soube citar nenhuma.
Não entendi esta do Shiost. Vc, Nice, tem outro blog?
Que outro blog? Estou tão atônita quanto o Timtim. Porque você não comenta neste mesmo? Se eu tiver outro blog... Ah!... Entendi! Você acha que tenho de ter dois blogs! Mas, blog é como marido... Só se tem um! Ou não?...
Ah! Ah! Pra seguir o bom humor do Shiost a gente tem que ser rápido no raciocínio! Tá certo. Gosto de ter amigos mais espertos que eu.
Não sei se é bom humor do meu caro irmão, mas penso ser muito mais um
raciocínio ultra rápido: pares em tudo ..... dois Blogs, certo?
Postar um comentário
<< Home