domingo, novembro 11, 2007

Sem empregada

Cida.

Faz 40 dias que estou sem ela e minha vida mudou.
Era muito mais do que empregada. Há 18 anos, começou a trabalhar aqui, ficou dois anos e meio e saiu. Tinha só uma filha. Nesse meio tempo, teve a segunda, esperou mais um pouco e voltou, desta vez ficando onze anos inteiros conosco.
Uma amiga. Uma psicóloga, uma filha, uma irmã, que chorava, ria, emocionava-se, orgulhava-se dos feitos dos nossos filhos, e tomava nossas dores.
Mas hoje, passado todo esse tempo, quarenta dias, chego à conclusão de que ela estava querendo sair e encontrou um pretexto, pois o motivo não foi relevante. O Nelson estava reclamando que ela não estava fazendo as coisas direito, sempre distraída com outras coisas, a cabeça longe.
Ele tinha razão, reconheço. Mas eu sou muito paciente e valorizo demais o trabalho da empregada, que faz o que eu não quero ou não posso mais fazer.
O pai da Cida mora em casa própria, com as outras duas filhas.
Cida é a mais velha e a única casada. Mora nos fundos, numa pequena casa de quarto, cozinha e banheiro.
As irmãs nunca trabalharam em casa de família, apenas em firmas. Fazem pouco caso da Cida por ter sido empregada doméstica por tanto tempo, embora ganhem muito menos.
Seja lá pelo motivo que for, o fato é que minha empregada me deixou.
Não pude mais escrever minhas histórias, nem pintar meus quadros. Tinha de ficar fazendo coisas que há muito tempo não fazia, coisas como cuidar de roupas, de comida, de arrumação etc. O blog sofreu com isso, mas quem mais sofreu fui eu mesma.

Hoje entrevistei uma paraibana que me pareceu boa pessoa e trouxe bastante referências.
Espero que dê certo para que eu possa me alforriar...

7 Comments:

At 11/11/07 6:18 PM, Anonymous Anônimo said...

Ó, cara prima querida! Como sei que tudo que escreveu é verdade e com certeza atrapalhou tudo o que quer fazer! Sei disso porque a Idalina é tudo que falou e mais um pouco, e está da primeira vez, há 30 anos e da segunda há 20! Fiquei sem ela um ano qdo esperava na fila uma cirurgia de períneo no Hospital S. Paulo. Minha vida de muitas atividades não parou mas fiquei assoberbada de coisas para fazer! Peguei depois de um tempo, sua filha mais velha para me ajudar na faxina!
Aguardamos que esta entrevistada seja o que vc. necessita! Boa sorte! Pensei que estava viajando novamente!
Beijos!!!

 
At 11/11/07 8:10 PM, Anonymous Anônimo said...

VIVA A LIBERDADE! Respeitando a dor da perda, alegro-me com a felicidade da troca. Chega uma hora que ninguém aguenta mais. Como otimista incorrigível, espero que a nova ajudante vai ser uma bênção... pelo menos nos 3 primeiros anos. Volte logo a escrever.

 
At 11/11/07 10:53 PM, Blogger marianicebarth said...

É isso aí, gente. Vassoura nova varre sempre bem...

 
At 12/11/07 1:21 PM, Blogger caos e ordem said...

Enquanto não escreve vai mandando os TICO-TICO.
Não há mal que sempre dure.
Provocou minha memória para contar uma história de empregada acontecida aqui em Limeira no mês de outubro, vai contada no segredo-do-zequinha.blogspot.com
Vai ca carma.

 
At 12/11/07 5:06 PM, Anonymous Anônimo said...

Lá vou eu com as minhas perguntas, assim como fiz no Blog do Shiost sobre os segredos femininos!
NÃO ACHA QUE DEPENDE DA VASSOURA NOVA? Espero que não seja este o caso!

 
At 13/11/07 8:16 PM, Blogger Antônio said...

Quando a lama virou pedra
E Mandacaru secou
Quando a Ribaçã de sede
Bateu asa e voou
Foi aí que eu vim me embora
Carregando a minha dor
Hoje eu mando um abraço
Pra ti pequenina
Paraíba masculina,
Muié macho, sim sinhô

Esta música é uma homenagem à nova empregada.

 
At 17/11/07 8:02 PM, Anonymous Anônimo said...

Espero que seja "Muié macho" para fazer o serviço e ser uma boa pessoa!

 

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