segunda-feira, outubro 29, 2007

Os Alemães

Tudo o que está escrito aqui, está no livro de Ernani da Costa Straube: Guido Straube - Perfil de um Professor. É a história da chegada ao Brasil da família e como se uniram aos nobres Von der Osten.
"A intensa propaganda na imprensa alemã, com a oferta de condições excepcionais no Novo Mundo, induziam ao interesse de imigrar, na procura de melhores condições de vida, nesse "oásis de prosperidade".

No Brasil, o destaque principal era para as terras na Província de Santa Catarina, obtidas como dote matrimonial pelo Príncipe de Joinville - François Ferdinand Phillipe, casado com a Princesa Imperial Francisca Carolina, filha de D. Pedro I, constituindo o Domínio Dona Francisca.

Esse Domínio era administrado, por contrato, com a Sociedade Colonizadora Hamburguesa de 1849 (Hamburgische Colonisations - verein von 1849), e veio dar origem à cidade de Joinville.

A viagem de Franz Gustav Straube, meu trisavô

Fretado em Hamburgo, pela Sociedade Colonizadora, partiu daquele porto o brigue dinamarquês "Gloriosa", originário de Altona, em 19 de julho de 1851, com destino a São Francisco do Sul.

O "Gloriosa", embarcação de dois mastros, linhas elegantes, sobrecarregado de velas de pano, era considerado na época o mais rápido veleiro. Comandado pelo capitão George Wolf Toosbuy, trazia a bordo 75 passageiros, entre solteiros e casados, com suas respectivas esposas e filhos. Eram pessoas oriundas da classe social mais elevada, cultas e inteligentes, oficiais do extinto exército, que almejavam um futuro promissor na nova terra. Entre os passageiros, encontrava-se Franz Gustav Straube, naturalista de profissão, com 49 anos de idade, natural de altenburg, capital do ducado de Saxe-Altenburg, e seu filho Franz Julius, de 21 anos, nascido em Dresden, Saxonia.

A 27 de setembro do mesmo ano, o "Gloriosa" atracou no porto de São Francisco. Os passageiros desembarcaram em canoas para conhecer a vila.

Relata Theodor von Rodowicz Oswiecimsky, na obra "A Colônia Dona Francisca", editada em 1853 na Alemanha, que a viagem do "Gloriosa" transcorreu com sofrimentos, motivados pelo enjôo, péssimas condições higiênicas, comida monótona e deficiente, falta de verduras e frutas frescas, rações de chucrute e suco de limão para combater o escorbuto.

A água utilizada para o cozimento dos alimentos e higiene, apesar de conservada em barris de madeira alcatroada, exalava mau cheiro, soltando bolhas de gases, tornando-se intragável para o uso, com conseqüências danosas para a saúde dos passageiros e tripulantes.

A travessia foi feita sem escalas e, para muitos, o resultado final foi fatal. Continuando a viagem, o veleiro fundeou na Ilha do Mel, na embocadura da lagoa Saguassu. Dali, os passageiros foram conduzidos em canoas até a povoação incipiente. A decepção foi geral, conta von Rodowicz.

A visão do núcleo colonial não correspondia às lindas ilustrações publicadas no "Illustrierte Zeitung" que circulava na Alemanha, com belas casas no meio de jardins de plantas tropicais.

Franz Gustav procurou adaptar-se, porém o filho Franz Julius, em 6 de janeiro do ano seguinte, retornou à Alemanha.

Em correspondência à esposa, que permanecera na Alemanha com os demais filhos, residentes em Dresden, manifestou o desejo de também retornar à sua terra de origem.

Não foi possível concretizar esse objetivo, pois sua esposa, Ernesthine Wilhelmine Straub, já se achava pronta para embarcar para o Brasil, o que veio a acontecer em 1852, viajando no navio "Florentin", que partiu de Hamburgo em 17 de maio, acompanhada dos filhos: Wilhelm Gustav, com 7 anos (meu bisavô), Edmund Ernst, com 5, Elisabeth Ernesthine, com 4, Hedwig Ernesthine, com 2 e um menino com 6 meses, falecido a bordo, provavelmente de sarampo, devido à epidemia que grassou no navio, tendo o corpo sido jogado ao mar.

Após dois meses de viagem chegaram ao destino em 19 de julho (1852).

Foi então que Franz Gustav adquiriu o lote 69 da Sociedade Colonizadora, a oeste da Mathiastrasse, com mil braças quadradas, por quinze thaler da Prússia. Construiu uma casa tipo enxaimel, ás margens do rio Mathias que, por estar localizada na parte mais baixa, por ocasião das chuvas tropicais, permitia ao proprietário apanhar peixes na sua sala de visitas.

Naturalista, exímio artista, pintava com aquarela e classificava os insetos da região, colecionando-os em livros, verdadeiras preciosidades artísticas e científicas. Imprimia as asas das borboletas nas folhas de papel por processo por ele criado, completando à aquarela o corpo, conservando-se até hoje em perfeitas condições.

Em 9 de dezembro de 1853, nasceu em Dona Francisca, atual Joinville, o último filho do casal, também Franz Gustav. Nove dias após, faleceu o pai sendo sepultado no cemitério dos Imigrantes.


Ernesthine, nascida em Dresden, em 21 de março de 1829, consorciou-se em 13 de maio de 1855, com Alfred Heinrich Richard Leopold von der Osten, natural de Schlawe-Pomerania.


Desse matrimônio tiveram Hildegar Margareth, posteriormente casada com Alberto Cooper Tamplin, Hermine Charlotte, que se casou com Paulo Pinot de Moirá, Gertrudes Thomedilin, com Carlos Theodoro Thieman, Conrad Alfred, com Paulina Henke.

Dos filhos do primeiro matrimônio, nascidos em Dresden, Wilhelm Gustav, nome aportuguesado após a naturalização, para Guilherme Gustavo (o bisavô das moedas de ouro), casou-se com Luize Heim, residindo em Cerro Azul. Edmund Ernst permaneceu solteiro. Elisabeth Ernesthine, casou-se com Adolf Bichels e Hedwig Ernesthine, com William Robbinson, residentes em Curitiba.

Após o casamento, Alfred e Ernesthine mudaram-se para Curitiba e depois para Assungui, atual Cerro Azul, onde Alfred desenvolveu trabalhos de agrimensura, por contrato com o governo provincial. Ali a família se estabeleceu, constituindo os troncos Straube e Von Der Osten."

Tudo que está entre parênteses vermelho é "arte" minha...

16 Comments:

At 30/10/07 12:26 AM, Blogger marianicebarth said...

Tenho tanta certeza de ser uma legítima Straub quanto de ser uma S. Mello. Não me importa mais o que o Luiz fez ou pensou. Mas somente este livro do primo Ernani me aclarou as origens longínquas, da chegada, de que região da Alemanha vieram os pioneiros Straubs. O pai do Ernani, Guido, é famoso em Curitiba. Mas ainda estou lendo o livro.

 
At 30/10/07 12:32 AM, Blogger marianicebarth said...

Enxaimel é cada uma das estacas e caibros que sustenta as paredes de taipa (Barsa). Suponho que sejam aquelas casas lindinhas de arquitetura alemã com aquelas tábuas cruzadas, que ficam tão românticas e que enfeitam Campos de Jordão e Joinville. É isso? Se alguém souber, explique.

 
At 30/10/07 1:34 PM, Blogger marianicebarth said...

Quando Franz Gustav chegou, ou quando se naturalizou, escreveram seu sobrenome com e final e assim ficou uma parte da família. Preciso pesquisar em Dresden para saber se era Straub mesmo ou Strauss, porque há a grafia dos dois esses numa letra alemã que parece o beta grego. Há uma conversa na família de que somos Strauss e não Straub. Aqui no Brasil escreveram até Stramb... Mas é a mesma família.

 
At 1/11/07 11:12 PM, Anonymous Anônimo said...

Que santa inveja! Como eu gostaria de ter uma restrospectiva tão rica de detalhes, me revelando meus ancestrais! Continue a escrever - ou transcrever - pois está muito interessante. Parabéns "frau" Strauss

 
At 2/11/07 5:10 AM, Blogger caos e ordem said...

É bonito, muito bonito, culturante, mas falta um detalhe muito importante: o jeito da Nice contar.
Venha mais Osten e Barth, Joinvile, SC e PR, mas conte você Nice.

 
At 2/11/07 7:46 PM, Anonymous Anônimo said...

Puxa! Quantas nomes complicados! Sinto que vc. faz mesmo parte dessa família. Viu aquele que pintava aquarelas? Seu sangue artístico já está lá! Também do lado de seu pai!
Falta o jeito da Nice por causa de nomes e datas!
Uma coisa: Lá na Alemanha também costumavam enganar as pessoas???
Isso é planetário???

Caos: Barth é sobrenome do Nelson.

 
At 5/11/07 10:24 PM, Blogger Antônio said...

Finalmente concordei com o Caos: é bem melhor quando você escreve do que quando você faz ^C ^V. Deveria haver mais vermelhinhos em seus relatos.

 
At 2/5/08 6:34 PM, Anonymous Anônimo said...

Corrigindo o escrito pela prima Nice: "Quando Franz Gustav chegou, ou quando se naturalizou, escreveram seu sobrenome com e final e assim ficou uma parte da família". Isso não está certo. Franz Gustav Straube [ou apenas Gustav Straube, como ele preferia] tinha o E final em seu nome, com toda a certeza. Prova-se isso lendo suas publicações, sobre borboletas, datadas da década de 50 do Século 19. Lá está claramente: "Gustav Straube, Dresden". É possível que muitos Straub, Strauss, Strump e vários outros tenham a mesma origem. Mas o nome alemão autêntico, que chegou ao Brasil por meio de Franz é STRAUBE. um abraço, Fernando C.Straube [filho do Ernani].

 
At 17/7/08 1:06 PM, Anonymous Anônimo said...

Oi! Tambem sou uma straub!
Meu avô quando chegou da Alemanha se instalou em copacabana, no Rio de Janeiro.
Sendo que mudou o primeiro nome para Alberto e só a pouco tempo descobrimos tal fato, porem minha mãe não me revela seu verdadeiro nome. Tenho um tio avô que ainda mora na Alemanha e possui a árvore da familia, ele mandava correspondencias para nossa casa na Penha, mas tudo escrito em alemão. Depois que nos mudamos não tivemos mais contato. Quanto as cartas, minha mãe as jogou fora. Como posso fazer para descobrir minha verdadeira história?
claudiastraub@ig.com.br

 
At 26/7/10 3:34 PM, Blogger Conexão Brasil/Tunas said...

Oi,meu nome é Fabio José Straub
Meu bisavô se chamava José Fagundes Straub era filho do Capitão Guilherme Straub da cidade de Cerro Azul-Pr.
Queria saber se a descendecia é comum com os Straub pioneiros que desembarcaram em Santa Catarina no século XIX?

 
At 6/1/11 10:53 AM, Anonymous Anônimo said...

Meu nome é Charly Wendy Straub Deretti, estou tentando reconhecer a cidadania Alemã. Não estou tento acesso ao verdadeiro imigrante no Brasil, sou filha de Natalia Straub,neta de Antonio Straub e bisneta de José Straub, depois não consigo o nome do meu tataravo, se algum Straub tem conhecimento sobre essa família por favor entre em contato comigo.Obrigada
email:amelhordo7@hotmail.com

 
At 2/5/12 6:01 PM, Blogger Meu Estilo said...

Olá Tb faço parte da familia Straub e gostaria tb de retirar cidadania alemã mas estou pesquisando e é muito dificil achar a arvore geneologica alguem teria por completo??
Obrigada
meu email: dhianeagape@hotmail.com

 
At 29/3/17 7:32 PM, Blogger marianicebarth said...

Fabio Jose Straub de Castro.
Meu nome é Marianice Straub Terra Barth, e este é um dos meus blogs.
Visitei seu blog para trocarmos conhecimentos sobre a Família Straub, mas não há nenhuma postagem ainda.
Meu svô chamava-se Jacinto Straub e meu pai Luiz de Medeiros Straub. O avô Jacinto era filho de Guilherme Straub. Portanto somos da mesma família. Gostaria de conversar mais com você sobre isso.

 
At 20/5/17 10:25 AM, Blogger Unknown said...

Olá Pessoal:
Parentesco distante através da linhagem germânica de minha esposa, Clara Berndt, natural de Blumenau, SC. A avó materna de minha esposa chamava-se Milda Bichels (Bichols), casada com Gustavo Brandes. Tenho a foto tirada em Cerro Azul, PR, contendo o maior repolho já colhido no mundo, com 12 ks, "milagre" agricola da família pioneira em Cerro Azul, PR, "von der Osten". Antonio Santoleri (Santoleri Family Tree).

 
At 27/5/17 1:15 PM, Blogger marianicebarth said...

Antonio Santoleri
Obrigada pelo comentário. Enviarei os dados de sua esposa para O Fernando Costa Straube, que está escrevendo o livro com a genealogia da Família Straube e do casamento de Ernesthine com o Von Der Osten.

 
At 27/5/17 1:18 PM, Blogger marianicebarth said...

Antonio Santoleri. visitei sua página no Google, mas não encontrei a seção de Comentários.
Se sua esposa Clara Berndt quiser um contato pode ser pelo blog Ostenbarth, Obrigada.

 

Postar um comentário

<< Home