terça-feira, novembro 06, 2007

Ernesthine

Sachsen (Saxônia) em verde escuro
Não parece uma ave? A capital, Dresden, fica pertinho do bico...

É bom dar uma olhadinha na História daquela época para entendermos um pouco melhor como as coisas se passaram e por que.

Houve em 1848 aquela revolução na França, que destronou Luís Felipe, o rei burguês. Como um dominó, isso levou a sublevações em toda a Europa contra as monarquias absolutistas. Na Itália e na Alemanha o objetivo era também levar à unificação dos respectivos países. A Alemanha desde 1815 estava dividida em 35 estados e os revolucionários queriam a unificação.

Em março desse mesmo ano foi fundado o partido político Vaterlandsverein, para lutar pelo estabelecimento da democracia.

O agitador anarquista russo Mikhail Bakunin se refugiou em Dresden fazendo estreita amizade com Richard Wagner, que era fortemente esquerdista e odiava a pomposidade e perversidade da corte de Dresden, capital de Sachsen (Saxônia). Nas reuniões desse partido eles discutiam revolução, republicanismo, socialismo, comunismo e anarquismo.
Bakunin uniu-se ao outros líderes dessa revolta, Otto Leonhardt Heubner e August Röckel e todos juntaram-se à Guarda Comunal Revolucionária.

Na Áustria os movimentos liberais e nacionalistas ganharam força e o Imperador Francisco I foi obrigado a fugir e meses depois, abdicou em favor de seu sobrinho Francisco José (marido da Sissi).

A 3 de maio de 1849 o rei da Saxônia recusou as exigências dos democratas e ordenou que a Guarda Comunal se dissolvesse. Os membros do Vaterlandsverein decidiram oferecer resistência armada e o exército foi enviado a Dresden para esmagar a revolta. Panfletos foram impressos apressadamente e distribuídos, barricadas foram erguidas e granadas foram compradas. Os rebeldes tiveram apenas dois dias para preparar a defesa. Coitados, eram em número insuficiente e o exército prussiano os triturou... O rei condenou à morte os líderes (que já haviam fugido do país), pena que mais tarde foi comutada em prisão perpétua.

Nós podemos imaginar as discussões nas ruas de Dresden, as lutas, o inferno em que a cidade se transformou, a insegurança que se insinuou nos corações e a esperança de viver melhor num Brasil pintado em belíssimas ilustrações de mansões em meio a jardins luxuriantes de plantas e flores tropicais. E a oferta de D. Pedro II de terras espaçosas à disposição de alemães (e outros) que quisessem colonizar esse paraíso.

Fica assim mais fácil para nós, entender os motivos da imigração.

14 Comments:

At 6/11/07 10:34 PM, Anonymous Anônimo said...

Que mal lhe pergunte, Dona Nice, a sra. é professora de História, de Geografia, ou de que ? O que interessa é que no final, animadinhos com a propaganda, os Ostenbarth vieram dar com os costados nestas terras prometidas... e aqui está a sra. encantando a todos com o seu blog.
Não acha que já está na hora, ou no mes de apresentar novas fotos da princesa australiana?

 
At 6/11/07 10:40 PM, Blogger marianicebarth said...

Não recebi fotos novas dela, Timtim, mas tenho uma notícia em primeira mão: a princesinha já começou a dar os primeiros passinhos, aos 9 meses e meio... A Ale agora está filmando a filha e os filmes ainda não me mandou, acho que são pesados para o blog.

Sou professora de Artes, Timtim, mas me encanta estudar história e geografia, porque não tive bons professores dessas matérias e assim preencho as lacunas (muitas).

 
At 7/11/07 3:02 AM, Blogger caos e ordem said...

É isso mesmo, a ilustre blegueira além de contar histórias tão bem, curte blegar com história e geografia.
Agora vamos aguardar para saber de que modo a Ernesthine, blegando com um cara 40 anos mais velho veio a se tornar antepassada da prima Nice.

 
At 9/11/07 12:42 PM, Blogger marianicebarth said...

Caos, Franz não era 40 anos mais velho. Ele tinha 41 quando se casou com Ernesthine, que tinha 15.

41-15= 26 anos.

É uma diferença e tanto, não é mesmo?

 
At 9/11/07 7:16 PM, Blogger caos e ordem said...

Foi a prima que escreveu, veja a transcrição:
Se ao chegar ao Brasil em julho de 1852, seu filho mais velho tinha 7 anos, provavelmente casou-se em 1844. Teria então apenas 15 anos! E Franz Gustav era um viúvo 41 anos mais velho. Penso que se tratava daqueles casamentos arranjados. Também ainda nada sei sobre seu nome de solteira.

 
At 9/11/07 11:43 PM, Anonymous Anônimo said...

Também adoro História, mas faz tempo que não me dedico a ela! É interessante sabermos de tantas coisas!
Não foi Hitler que se utilizou da música de Wagner no Nazismo??? Tenho horror a essa palavra e o que ela representa ... mesmo sabendo que judeu tb. não é um santo!

 
At 13/11/07 8:01 AM, Blogger Polemikos said...

Posso sugerir voce intercalar os anais históricos com a estória da Ernesthine .... assim tipo filme de reminiscências?

 
At 13/11/07 8:10 AM, Blogger Polemikos said...

Vou me juntar ao coro : você tem o estofo de escritor, dá vida a seus personagens! (Diferentemente de alguns nobéis por aí!)
Eu reforçaria - se eu soubesse - o contraste de sua fragilidade física e seus poucos anos, com sua força e sua determinação de assumir seu destino.

 
At 13/11/07 11:20 PM, Blogger marianicebarth said...

NiceBarth disse...
Caos, peço mil perdões! Você estava certíssimo, eu havia "comido" uma parte da frase,mas já corrigi:

" um viúvo de 41 anos, portanto 26 anos mais velho".

11/11/07 9:18 AM

 
At 13/11/07 11:23 PM, Blogger marianicebarth said...

Polemikos, é isso mesmo que estou pretendendo fazer: intercalar "minha" visão de Ernesthine, de Franz e de seus filhos com História da época. Mas isso vai ser o livro mesmo.
Pergunto a vocês, mais versados no assunto de blogs: se eu publicar aqui, não poderei editar o livro?

 
At 13/11/07 11:27 PM, Blogger marianicebarth said...

A Primacaçula disse lá atrás, na postagem anterior que eu sou modesta e faço de conta que não percebo os elogios, é isso?

Vou confessar uma coisa a vocês: eu tenho muita dificuldade para lidar com elogios. Não fui educada para recebê-los e nunca me sinto merecedora. Não é fácil para mim dizer um simples e refinado "Obrigada..." Teria de fazer uma terapia para arrancar essa espécie de negação aos elogios...

 
At 14/11/07 3:03 PM, Blogger caos e ordem said...

Este negócio de blog é muito novo, quem é que sabe?
À primeira vista imagino que nada te impede, vc é autora do blog, qual é o problema de publicar os textos em um livro?
Como seu marido é um causídico, que tal trocar idéias com ele, pois mesmo sendo uma questão da direitos autorais, tudo é direito.

 
At 15/11/07 10:14 AM, Anonymous Anônimo said...

Quequiéisso?! Nosso cantinho de blogueiros e comentaristas está cada vez mais rico, culto, variado! É sala de analista, é encontro de "historiadores", é sarau, para rapapés e declamações. Que venha o livro, seja em mini capítulos, no blog, ou, corajosamente, num best-seller.

 
At 15/11/07 11:19 PM, Anonymous Anônimo said...

Existem duas formas de receber um elogio: uma perigosa que nos faz achar que somos os "donos da cocada preta". Outra forma é o encararmos como um estímulo para continuarmos dando o melhor de nós! Este é o objetivo do nosso elogio! Incentivá-la a prosseguir acreditando nas suas qualidades, que todos possuímos de modos variados!
Aprenda a aceitá-lo de uma forma normal e tranquila!

 

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