domingo, fevereiro 10, 2008

Peripécias na Cozinha...

Tenho a mais santa inveja (como dizem Timtim e Caos) daquelas pessoas abençoadas que entram numa cozinha e, com um pé nas costas, iniciam uma refeição maravilhosa para a família, parece que do nada... como a Clélia, mulher do Turini, excelente cozinheira, ou minha amiga Jacyra, ou a outra amiga Ana, ou a outra amiga Celina, ou a Telma, ou... quer saber? todo mundo cozinha!
Minhas primas, Maria Christina e Maria Cecília, as mulheres dos primos, como a Lucy, as tias e primas do Nelson, a Chris e o Flávio, meus filhos, o próprio Nelson faz uma bacalhoada de dar água na boca, enfim!
Todos... menos eu...
Mas o que me deslumbra é a facilidade e a versatilidade com que, por exemplo, minha filha Chris cria pratos, enfeita, produz, e serve. Ela é apenas um exemplo, porque de todas as pessoas que citei, todas agem assim, como se fosse fácil.
Para mim é um bicho de sete cabeças! Hidra de Lerna!
Sou na arte de cozinhar quase absolutamente ignorante, meu repertório minúsculo chega a ser uma vergonha para uma senhora da minha idade e nesse encantador recinto fico mais atrapalhada do que um elefante numa loja de cristais.
Quando nos casamos o Nelson já sabia disso... e me aceitou assim mesmo. Graças a Deus ele não se importa. Foi ele quem me ensinou a fazer o trivial arroz e feijão, imaginem... É verdade que fui uma aluna entusiasmada, mas ao estudar freneticamente o livro de receitas que minha sogra "bondosamente" me presenteou (na esperança que eu não deixasse o querido primogênito dela morrer de fome...), não encontrei nenhuma lição para sub-principiantes. Lá não dizia quanto tempo o feijão deveria ficar na panela de pressão, nem quanto de água deveria ser colocada para isso, nem que excesso de sal não se resolve colocando mais e mais água, entre outros problemas que tive de resolver sozinha, na ausência do marido.
Vocês estão de boca aberta? Minhas amigas ficavam assim, no começo. Agora, riem. Riem e riem...
Lembram do Almoço de Domingo, que contei no ano passado? Naquele tempo eu já sabia algumas coisas e mesmo assim, demorei umas oito horas para conseguir servir um almoço que virou jantar...
Minha prima Dirce me convidou há alguns anos (muitos anos) para almoçar em casa dela e fez na minha frente o mais lindo e delicioso risoto de camarão. Fez facilmente, conversando comigo e se desculpando por só ter isso e a salada... E precisa mais? disse eu encantada com a facilidade. Comi e amei de paixão. Sempre foi um dos meus pratos preferidos.
Saí dali pensando: nossa, que fácil! Vou fazer hoje mesmo, que está fresquinho na memória! Acabei de ver como se faz, não sou burra, então... vou fazer uma surpresa para o Nelson! Não conto nada e ele vai ficar estupefato com a mulherzinha dele.
Passei no supermercado e comprei um pacote de camarão e lá fui toda feliz, rindo atoa, imaginando a cara do marido, os parabéns, os elogios: Como? Foi você? Que maravilha, etc. etc..
Fiz exatamente como a Dirce, isto é pensei que estava fazendo exatamente igual, mas em algum ponto fiz errado. Agora sei que foi na compra do camarão... Ficou tão salgado que "tive de ir colocando mais e mais água e depois de umas duas horas de fervura, o camarão sumira e só restou um caldo horrivelmente salgado. Nem misturei o arroz. Quando o Nelson chegou encontrou uma criatura desanimada, sentada à mesa com o rosto entre as mãos, sentindo-se pateta e ainda tentando entender onde estava o erro. Mas enfrentei a situação com coragem para contar a desgraça.
O Nelson ria e ria, mas depois foi comigo para a cozinha e elogiou muito o arroz...

6 Comments:

At 11/2/08 12:38 AM, Anonymous Anônimo said...

Engraçado, posso dizer. Vc, cara prima é uma das mulheres mais inteligentes que conheço; não entendo como, com um livro de receitas nas mãos pode não conseguir cozinhar. Lá explica tudo!
A M. Isabel, minha cunhada odeia cozinha e não faz questão de aprender... mas vc... parece que gostaria... ou não?

 
At 11/2/08 12:43 AM, Blogger marianicebarth said...

Na verdade, no livro de receitas, aprendi a fazer alguns pratos que deram certo. O Nelson me trouxe do Rio um outro livro, da Maria Theresa Weiss, que é um espetáculo! As receitas dela eu acerto e algumas a Cida faz. Eu contei essa do camarão que não foi com receita, mas que eu VI fazer e nem assim acertei, pois não tinha o conhecimento básico de que o camarão não pode ser cozido ou frito por mais do que alguns minutos. Nunca me senti mais burra e impotente do que naquele dia...

 
At 11/2/08 5:20 PM, Anonymous Anônimo said...

teste maria gilka

 
At 13/2/08 11:28 AM, Anonymous Anônimo said...

É o que eu disse: pra essa escritora não há assunto banal. Essa história dos camarões está um primor de narração. Eu vi (visualizei) o "grude que ficou o cozimento dos bichinhos.
Prima caçula e outras, conseguiram perceber a modéstia? A Nice cozinha sim, mas sabe reconhecer que não é nenhuma Mª Cecília, nem nenhuma Lucy.
Este blog serviu para eu conhecer mais alguém do seu relacionamento, como a esposa do Turini e para ouvir a Cecília declarando: "é uma das mais inteligentes que eu conheço". Vamos continuar esperando o livro.

 
At 14/2/08 11:57 AM, Blogger marianicebarth said...

Agradeço de coração o elogio da Primacaçula, embora não concorde em absoluto e agradeço também ao Timtim por ser tão positivo comigo...
Vocês são o "sonho de consumo em reconhecimento" de qualquer pessoa...

 
At 15/2/08 10:23 PM, Anonymous Anônimo said...

"Primas, primas... amor e puxasaquismo à parte!" è verdade o que eu disse. Todos acham, inclusive o Shiost!

 

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