quarta-feira, setembro 26, 2012

Domitila é "Aquela"!



Coincidências não existem mesmo!... 

Era um domingo bem frio, depois daquela semana toda muito gelada. Você se lembra daquele frio de Maio? Num momento em que deveríamos estar em pleno "veranico"? 

Gabi (a neta), que estava passando o fim de semana em minha casa e a Norinha (Nádia) estavam muito ansiosas para que eu tivesse enfim meu desejo realizado. Entramos na Internet mais uma vez, vimos uma belezinha preta e branca, que já havia sido doada. 
Uma amiga  da Nádia trouxera três gatos brancos de uns quatro meses, que não fizeram minha cabeça. Nenhum deles era "Aquela"...

Gabi iria para Itapetininga nesse mesmo domingo, mas não antes de irmos ver uns gatinhos.
Resolvemos ir à Cobasi aqui pertinho de casa, mas nessa loja não havia feirinha de animais. Gabi não se conformou: Vovó, vamos à outra Cobasi! Não vou sair daqui sem que você tenha ido ver gatinhos! Quem sabe você gosta de algum? Minha amiga disse que tem feirinha de adoção todo fim de semana e feriados na loja perto do Parque Villa Lobos e do CEASA. Vamos lá! Agora!
Lá fomos nós três, muito ansiosas. Só o fato de "ver", "tocar", "sentir" a maciez dos bichinhos já nos animava, pelo menos a mim. 

Num canto da loja estavam as gaiolas, com mais de um gato em cada uma. Estavam lá uma veterinária e a moça que tomava conta dos animais. No chão, cercados estavam os cãezinhos, latindo muito, procurando chamar a atenção. Não quero mais ter cachorro, não desde que o Bug morreu, levando um pedaço do meu coração. Gatos são mais independentes, sabem virar-se sozinhos. 
No meio daquela balbúrdia canina, olhamos todos os gatos, um por um, perguntando ás moças se eram fêmeas, que idade tinham etc.. Gostamos de alguns, toquei e senti cada um através das gradesmas todos eram maiores do que eu queria. Que pena, nada conseguiria?
Por último, numa gaiolinha afastada de todos, sozinha, quase invisível, estava uma gatinha clara com as patas, a cauda e a carinha mais acinzentadas, siamesinha de uns dois meses, encorujada e dormindo. Olhei para ela e “soube”: era Aquela! 
— É aquela! — disse eu, animada — É ela! Achei!!! E ela parece siamesinha! Quero aquela pequena ali! 
— Ah, essa não pode! 
— Como assim, não pode?! O que você quer dizer com isso? Não está aqui para doação? — e meu coração já se apertava, ai... 
— Não, essa nem é da ONG ainda, peguei hoje no Parque do Ipiranga ao vir para cá, está doentinha, com febre e seus olhos estão infeccionados. E nem é siamesa, é vira-lata mesmo.
— Não faz mal, eu cuido dela, pode deixar! Quero essa! 
— Não, não, não pode mesmo! Sinto muito, mas a ONG não deixa doar sem estar sadia e castrada. Ela só está aqui porque peguei na vinda e não dava tempo de voltar. Foi por acaso que o carro parou no semáforo e ouvimos um miado fraquinho. Fiz meu filho parar o carro para procurar e encontramos a coitadinha no meio das plantas. Estava molhada, magrinha, com fome e doente. Ela vai ter de tomar antibióticos para os olhinhos e fazer um tratamento para pneumonia. Também não sei se vai sobreviver. A senhora escolhe outra.
 — Ah, meu Deus! Não quero outra! Coitadinha! Jura que não posso cuidar dela eu mesma? Tenho um veterinário ótimo, levo lá amanhã! 
— Não mesmo, me desculpe, a senhora precisa entender, as ONGs são rígidas nesse ponto de saúde e castração. Olhe, a gatinha já até pode ser considerada sua, se sobreviver! Mas só poderá ir para sua casa depois que sarar e depois da castração. Certo? Isso se a senhora ainda a quiser daqui a um ou dois meses...
— Mas vai demorar muito! Ela estará grande! Quanto maior mais difícil de acostumar! A conversa foi longe, continuei insistindo até perceber que a moça não cederia...

Não teve jeito. Tive de aceitar, mas fiz a moça prometer que não a doaria a mais ninguém, porque aquela era minha! Ela prometeu. Peguei seu número de telefone, dizendo que ligaria para saber notícias da "minha Gatinha"! Ela agora sorria ao dizer que estava feliz por sua protegida ter conseguido tão logo um lar e alguém para tomar conta dela com amor. 

Levamos Gabi até a Rodoviária e voltamos para casa, Nádia e eu já escolhendo nomes. 



Era uma pobre coisinha abandonada e doentinha 

9 Comments:

At 26/9/12 5:05 PM, Blogger marianicebarth said...

Nesta foto ela já estava comigo. Era tão frágil, tão comovente...

 
At 26/9/12 9:45 PM, Blogger caos e ordem said...

Nossa, disparou o escrevedor da muié.
Mas está muito bom, a história é muito bonita. Achei também a ONG muito rígida, mas no fim tudo deu certo, não é?
Tudo indica que ainda não acabou.
abração

 
At 27/9/12 11:48 AM, Anonymous primacaçula said...

AH!!!!
Porisso não escreveu mais!
Estava muito ocupada atrás da "gatinha predileta".

E... ela já está com você?

 
At 27/9/12 11:49 AM, Blogger irmãcaçula said...

Desculpe...comentei sem olhar os comentários. Ela está com você.

 
At 27/9/12 11:50 AM, Anonymous primacaçula said...

COMO SEMPRE A ESCRITORA SE REVELANDO....

 
At 27/9/12 9:43 PM, Anonymous timtim said...

Benvinda. Predileta. Vitória. Emanuela. Fadinha. Beja. Rainha. Yellow. Catarina . Nice's.
Dei asas à imaginação, escolhendo o nome para minha sobrinha/gata. Ou já foi batizada? Aguardo próximos capítulos.

 
At 28/9/12 3:28 AM, Blogger caos e ordem said...

Tem PATETA que naum le direito, naum viu que desde o primeiro texto já contou o nome DOMITILA?

 
At 28/9/12 6:41 PM, Anonymous timtim said...

Tá certo, mano pipeiro. Eu não sou PATETA, sou irmão do tio PATETA.

 
At 28/9/12 9:24 PM, Anonymous primacaçula said...

DOMITILA... Que nome simpático! Gostei!

 

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