Longa, Longa Espera
Escolhi sessenta nomes entre muitos, optando ora por este, ora por aquele, chamando em voz alta para “sentir” a vibração e a sonoridade. Inicialmente queria um nome curto, duas sílabas, depois fui abrindo o leque.
A cada dois ou três dias telefonava para a moça da ONG para perguntar da Minha Gatinha Ainda Sem Nome e ela dava as notícias.
— Estamos fazendo o tratamento, dez dias de antibiótico Zitrax, colírio Still uma gota uma vez ao dia, ração seca Golden Filhotes e um sachê de ração úmida Whiskas Filhotes uma vez por semana. Ela está resistindo, mas não se anime muito não, porque às vezes morrem e a gente não consegue fazer nada, é muito triste...
— Ai, meu Deus...
Ou: — Ela está melhorando, acho que vamos conseguir.
— Viva!!! Estou na torcida aqui. Já fiz uma almofada para ela.
Noutro dia: — Ela sarou dos olhos, e está melhorando a cada dia. E come bem.
— Eu sabia! Eu sabia! Viva!!! Quando posso ir buscar?
— Já falei, só depois da castração.
— Que vai ser...
— Isso não sei, porque a veterinária da ONG está com a mãe na UTI e não sabemos o que vai acontecer.
— Mas... eu posso mandar castrar por minha conta. Já comprei até uma caminha linda com babados e travesseirinho...
— Mas a ONG não permite, já avisei etc. etc..
Para encurtar o assunto, essa conversa repetiu-se algumas vezes igualzinha. No dia 12 de Maio fui novamente à Cobasi da feirinha, vi mais gatinhas, nenhuma era Aquela, mas falei com a moça pessoalmente e demonstrei minha vontade de trazer a Ainda Sem Nome, com o argumento de que se eu não era uma boa candidata a ter um filhote da ONG, quem mais seria tão determinada e tão maternal? Será que esse esforço todo não contava?
Ali mesmo comprei tudo o que a ONG exigia: caixa de transporte, arranhador, caixa sanitária com pá, um pacote de cristais de sílica (isto foi um luxo meu... para que tudo o que ela produzisse não tivesse o menor cheiro) e um pacote da ração Golden mais alguns sachês da Whiskas Filhotes. Também um brinquedo, uma vareta com um ratinho todo molinho na ponta. Mostrei à moça tudo isso. E ela foi vencida pelo cansaço.
No dia 22 de Maio, uma terça-feira, ela me ligou:
— D. Nice, estive pensando e conversando com minha família e achamos que a senhora merece ter a Sua Gatinha. Vou fazer por fora da ONG, mas a senhora vai me prometer que irá castrar a bichinha. Só vou fazer isso porque estamos sem veterinária e também porque fui eu quem a tirou da rua, então é como se fosse minha. Assim eu posso doá-la.
— E quanto posso dar a você em dinheiro?
— Nada, a senhora não me deve nada.
— Vou buscá-la hoje mesmo!
12 Comments:
Viva! Adoro quando sou o primeiro a comentar. Gostei muito da foto e da caminha. Alguém avisa o Turini da volta da nossa escritora. Não sou exatamente um "anti-gato". Não quero para mim, mas gosto de brincar com eles e admiro quem se dedica aos bichanos.
O Timtim seu intrometido, benvindo, mas não como primeirão, teve uma folga da paixão, é?
Mas vamos ao comovente relato, a bichinha tava bem pestiadinha mesmo, ce teve sorte da ONG entregar ela em ordem.
Pergunta que naum quer calar: o que o Nelson acha disso tudo?
Continua contando que agora tem dois bobocas disputando quem é o primeiro a comentar.
Ai que delícia! Ter vocês de volta! "Delícia! Delícia! Assim vocês me matam!"...Dá pra entender Michel Teló desde que até o Andre Rieu tocou e suas lindas moças cantaram...
Zeca, o Nelson é muito legal e aceita a Domitila e até brinca bastante com ela. Ele diz a todo mundo que ela é Siamesa e que é a única raça que gosta do dono mais do que da casa. E que por esse motivo é a única raça que ele gosta.
Tá bom, então é siamesa, e o Dr. Nelson fica com duas gatas dentro de casa.
Receber um elogio desses faz bem, não é prima?
Adoro gatos... nesse ponto eu e o Gil somos bem diferentes...
Diga ao Nelson que acho que muitos gatos, não só "SIAMESES" gostam mais dos donos que da casa.
Não ia me telefonar hoje?
Não sabia que o André Rieu tocou essa música do Teló..
Prima, você está certa, mais certa do que o Nelson sobre os gatos gostarem da gente.
E, Timtim, obrigada! O Nelson agora tem uma gatinha e uma gatosa (gata idosa...)
Ia mesmo telefonar, mas o Nelson chegou e me convidou para o cinema e saímos.
E, primacaçula, o André Rieu tocou essa música quando veio ao Brasil, em Fins de Maio deste ano e suas cantoras fizeram dela algo doce e suave, amenizando muito a conotação que o Teló sugere... Comecei a gostar desde aí.
Porque você não assiste no You Tube? Digite andré Rieu no Brasil e veja que gracinha que ficou!
Este comentário foi removido pelo autor.
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Removi os dois últimos comentários meus que saíram repetidos, não sei porque.
Este blog é cultura pura. Aprendi duas coisas: que existe gatosa e que se pode ver o André Rieu no Youtube.
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