Cinza morna sobre brasa quente
Imagens do Vulcão Etna em erupçãoEu fujo de você constantemente,
Prudentemente fujo de você.
Procuro esquecer inutilmente
Que tenho medo, sem saber do quê...
Eu fujo do perigo iminente
De estar pendente à beira de um vulcão
Há tanto tempo, fogo e lava ardente
Mas hoje... apenas cinzas pelo chão.
Porém me assusto ao vê-lo novamente,
Pois tudo volta e julgo ter ouvido
Das profundezas, o fragor latente
Daquele sentimento proibido.
E aquela atração... qual cinza morna...
Qual cinza morna sobre brasa quente,
Como a lendária Fênix, retorna...
Quase apagada, mas jamais carvão...
E antes que ressurja inteiramente,
Fujo pra longe, embora renitente,
Vou pra bem longe... do amor e da paixão...
posted by marianicebarth @ 16:56
28 comments
28 Comments:
Êta nóis!
Quem nunca sentiu, pelo menos uma vez na vida algum amor-bandido assim?
Por alguém, que não merece a gente ou que a gente não merece, ou nada disso, simplesmente... que acontece às pessoas sensíveis. Como eu, como você, como alguém que conhecemos, de quem gostamos e a quem desejamos apenas felicidade...
Está acontecendo com uma menina de minha família, muito próxima e querida, que está apaixonada por um rapaz que, decididamente não serve, mas que exerce sobre ela uma atração imensa. Tadinha...
Um dia ela olhará para trás e pensará: "Que bobinha que eu era, que ingênua e que tonta!" Mas se muitos anos mais tarde ela vir o moço, mesmo de longe, ela irá sentir aquele fragor de terremoto vindo lá das profundezas de seu coração, fazendo estremecer todo seu corpo, sua pele se afogueará e seu batimento cardíaco se acelerará a um ritmo alto e forte como os tambores do Olodum...
Nossa!
Merecer? O que é que merecer tem a ver com amor, paixão, etc ...?
Tudo é uma questão de momento. E de circunstancias.
Este comentário foi removido pelo autor.
Nada! Não há nada a ver, é claro. É só uma forma de dizer que não são feitos um para o outro.
Mas como v. sabe que não foram feitos um pro outro?
Porque os deuses se deram ao trabalho de criarem tanta atração mútua, a não ser para selar seu destino juntos?
Você nunca sentiu uma paixão que não passava disso? Puramente física, em que não havia mais do que atração sexual?
Paixão com amor é outra coisa. A paixão pode acabar, mas o amor verdadeiro é permanente. Acho...
Sei lá se entendo dessas coisas...
Nossa! Cotuquei a onça com vara curta! Que ousadia minha...
Querem ver só? O Turini vai cair matando com toda a biblioteca e toda a fiosofia pessoal que el tem e que não é brincadeira não...
Mas a resposta à última pergunta ´´e: a garota em questão é parente próxima e tem 18 anos. É tímida e o rapaz em questão é bem mais velho, ninguém sabe o que se passa na cabeça dele, ninguém da família dela (mãe, pai, irmãos) gosta dele, acham-no errado e até mal-intencionado. Não a trata bem, ela está emagrecendo, adoecendo e ficando triste, arredia etc. Ele briga com ela, humilha-a em público... Precisa falar mais? Adoro essa menina, mas ela diz que ama o rapaz (quando ele não está brigando com ela), mas diz também que precisa fugir dele... porque tem medo da reação...
E agora? Amor-bandido é assim.
Esse é o problema. Quando fica só nas rimas e no romantismo da poesia, essa paixão vulcânica é uma delícia.
Quando, porém, ultrapassa as raias da razão; quando envolve gente querida da gente, quando vemos que não é este o caminho...
Vou gastar toda minha energia cósmica para envolver esta "menininha" de 18 anos e livrá-la desta cilada.
Ou não devo fazer isto, Turini?
Devo diexar a "menininha" se queimar nas lavas e adquirir experiência?
Agora vamos falar do texto, da poesia:"Cinza morna sobre brasa quente". Você, Nice, fica mais cativante, revelando-se sob as cinzas mornas.
Queria entender mais de métrica e outras regras da poesia, para avaliar seu valor literário, mas a mim me agradou muito a cadência, as rimas e o modo como foi tratado um assunto tão "quente".
Timtim, o que você deve fazer? Se eu soubesse o que eu devesse fazer, talvez pudesse lhe dizer ... mesmo correndo o risco de lhe sugerir algo que fosse errado para você ... Faça o que seu coração lhe aconselhar, que será sempre melhor que o que qualquer outro lhe sugerir!
P.S. Visite meu blog de vez em quando e comente por favor (ggturini.blogspot.com)
Nice: não vou cair matando! Se v. diz "sei lá se entendo destas coisas", o que direi eu?
Timi, agradeço pelo "investimento" detoda a sua energia cósmica para salvar minha querida parentezinha de 18 anos. Nós estamos estarrecidos, porque ela simplesmente deixou um bilhete para a mãe e foi morar com o tal rapaz errado para ela. Estou investindo minha energia cósmica também.
Turini, sinto dentro do meu coração que ele não é bom (não a merece, é meio neurótico e a trata mal às vezes, bem de vez em quando), enfim é por isso que ela também não merece o tão pouco que recebe pelo tanto que se dedica. E tem apenas 18 anos! Quem nessa idade pode dizer que AMA de verdade?
Por outro lado entendo o que você quer dizer com:
"Porque os deuses se deram ao trabalho de criarem tanta atração mútua, a não ser para selar seu destino juntos?"
e até estou de acordo, se fosse uma moça mais velha e experiente, o que não é o caso. É o primeiro amor dela e a primeira entrega total... É como derramar água na areia do deserto...
Onde escrevi Timi, leia-se Timtim.
Timtim, quanto ao valor literário, nem me preocupo com métrica, ou que linha possa ter essa poesia que, como todas as que faço, "SAIU" quase que direto, assim aos borbotões.
Acho sinceramente que essa poesia não resistiria a uma crítica rigorosa...
Turini, o tema desta poesia saiu de uma conversa que tivemos em família, sobre o caso da menina de 18 e que, em absoluta inexperiência, PENSA que está amando, mas, quando chegar aos 40 ou mais, vai descobrir que tudo na vida passa, "até uva passa" e que aqueles arroubos de paixão podem bem ter sido causados pelos hormônios pululantes... E foi então que alguém se lembrou que teve um "amor" desse tipo, amor-bandido, na tenra juventude e que pensava que morreria sem o rapaz, mas não deu certo, sofreu muito mas acabou esquecendo. Porém, quando encontrou o mesmo homem muitos anos mais tarde, sentiu primeiro um alarme, depois um fragor de erupção na "boca do estômago" e finalmente uma languidez envolvente que de alguma forma trouxe à tona todo aquele tumulto antigo e vulcânico.
Outra coisa: não estou rotulando ninguém de bandido, mas sim ao tipo de sentimento que destroça o coração e que ninguém deseja para suas meninas.
Ainda outra: essa menina sempre foi seriazinha, tímida e meiga, gentil e educada, alegre e, parecia, segura de si. Não é do tipo moderno e à vontade.
PUXA! QUE COISA LINDA O QUE ESCREVEU. QUEM DE NÓS JÁ NÃO SENTIU ISSO E DIGO AINDA MAIS, PODERÁ UM DIA SENTIR??? QUI LO ÇÁ!
QUANTO À MENINA, VALE A PENA TENTAR A ORAÇÃO PARA "ILUMINAR AS SUAS LAMPARINAS" (estou noveleira!),MAS CREIO QUE A "VIDA" DEIXARIA QUE ADQUIRISSE EXPERIÊNCIA, POIS É ASSIM QUE SE CRESCE.
E O QUE FAZER COM A TEIMOSIA DOS JOVENS, SE ATÉ IDOSOS ESTÃO NA ONDA DA "PAIXÃO DESVAIRADA"?
Que surpresa, irmã caçula!
Gosto de vc assim, franca e "pé no chão". Vamos continuar unindo forças para "iluminar as lamparinas" da menininha.
Muito interessante mesmo a Primacaçula! Ela me deslumbra constantemente.
Mas agradeço as orações para iluminar as "lamparinas do juízo" da menina, que parece que estão bem apagadinhas.
Por falar nisso, também estou assistindo o Caminho da Índias, junto com o Nelson (que pede para eu gravar quando ele tem reunião no clube... vejam só! Dizem que homem não gosta de novelas...). Embora haja muitas críticas, (nem ligo para elas!), gosto dessa novela pela beleza, cores e essas frases que acho um encanto (lamparinas do juízo, por exemplo) e outras delicadezas que nos fazem tanta falta... E, mais que tudo, a Maya, que estonteante e espetacular que está, com aqueles saris, jóias (falsas) e maquiagem típicas. Acho que estamos aprendendo a gostar da Índia, como aprendemos a gostar do Marrocos, por mais que a pílula esteja sendo dourada e fora da realidade.
Quem quer realidade brutal, mais do que já temos?
DIGO AO GIL QUE TEMOS QUE POR UM POUCO DE NOVELA NAS NOSSAS VIDAS PARA DEIXÁ-LAS MAIS ATRAENTES.
SE SURPREENDEU COM A "VIDA" DEIXAR À ESCOLHA DA MENINA?
NÃO É O QUE DEUS FAZ TODOS OS DIAS CONOSCO?
A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO É O GRANDE EXEMPLO DO QUE DIGO.
... "O Pai deixa que o filho parta por sua livre escolha, torce por ele e o espera voltar, mais maduro, experiente, engrandecido espiritualmente, para os seus braços amorosos".
TIMTIM, CARO AMIGO.
Achei interessante... "com os pés no chão".
Viu como me conhece?
Muitas vezes tenho apenas um pé aqui. O outro... pode adivinhar?
OU QUEM SABE, NICE, SE SURPREENDEU COM A "PAIXÃO DESVAIRADA DOS IDOSOS"?
Achei o máximo, Primacaçula, as duas coisas!
A mim, a grande surpresa foi a "paixão desvairada dos idosos". Acho que exatamente isto é o "pé no chão".
Mas isso é a GRANDE LIBERTAÇÃO!
Nós, idosos, nada perdemos com a adade, até ganhamos (mesmo que sejam rugas...rsrsrs...).
Mas o que sentimos independe da bela fachada que tivemos, pois acho continuamos iguaizinhos por dentro, não pensam assim? Não tem muito a ver com idade... Continuarei sendo "eu mesma" até morrer, seja quando for!
Somos todos cinzas mornas sobre brasas quentes, uns menos, outros mais...
NA VERDADE, TIMTIM, ESSE MEU "PÉ NO CHÃO" É A OBSERVAÇÃO QUE TENHO DAS OUTRAS PESSOAS. GERALMENTE, O MEU PÉ FICA MAIS FORA, QUE DENTRO DAQUI.
SOU MAIS DO AMOR ROMÂNTICO E MENOS DA PAIXÃO DESVAIRADA, MAS ELA EXISTE!
A paixão desvairada é bem o que descrevo nesta poesia. Todos adorariam sentí-la, ao menos uma vez na vida, mas quem já sentiu (e desvairou) diz que tem medo de sentir de novo, porque depois que passa como uma torrente de lava, deixa queimaduras e cicatrizes para sempre.
É... NÃO GOSTO MUITO DE QUEIMADURAS E CICRATIZES!
JÁ TEMOS ALGUMAS POR OUTROS MOTIVOS!
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