Amor Impossível
Uma Linha Reta e bela, chorando um amor incrível
Pela Linha Paralela, cansou do amor impossível
Virou-se pro outro lado e não olhou mais pra ela.
Resolveu fitar a Curva, que apareceu de repente
Exibindo arcos macios, sedutores e tangentes,
Desenhando coisas doidas e girando só pra ela.
A Reta ficava em brasa, vermelha e incandescente...
E quando a Curva a tocava, sempre em ponto diferente,
A Reta se iluminava, ficando ainda mais bela.
E quando a Curva subiu, deu um salto e então caiu,
Virou, torceu-se e elevou o traço de criação
A Reta logo entendeu: desenhava um coração.
A Paralela só olhava, meio de lado e descrente,
As curvas que a Curva dava, num vôo iridescente.
A Paralela fervia de ciúme, ódio e despeito,
Mas a Reta nada via, olhava a Curva somente...
E lá se foram as duas ao encontro do Infinito,
Lado a lado, prisioneiras de uma regra indiferente.
A Curva só faz das suas, livre e solta segue as duas,
Causando antigo conflito, ora secante ou tangente...