quinta-feira, maio 27, 2010

O Homem Que Trancou o Coração Num Cofre

"O HOMEM QUE TRANCOU O CORAÇÃO NUM COFRE"


Era uma vez, num país muito distante, um jovem que amava tanto sua namorada, que pensava que não poderia viver sem ela. Mas um dia ela morreu.

Depois de muito sofrer, ele resolveu guardar seu coração num cofre para protegê-lo e o deixou lá, trancado, sem nunca mais olhar para ele.

Muitos anos se passaram. Ele se formou, trabalhou, foi ficando mais maduro, mas sempre calado e taciturno. As moças que se interessavam por ele logo o deixavam, pois viam logo que ele era incapaz de corresponder.

Não sofria, mas também não era feliz. Nem seria capaz de fazer a felicidade de ninguém. Vivia apenas, uma vida sem emoções nem sentido.

Mas um dia entre os dias esse homem encontrou uma mulher que conseguiu enxergar nele mais e melhor do que as outras pessoas e que o amou com um sentimento sublime e verdadeiro. Embora também não fosse correspondida leu nele uma ausência de si mesmo e desejou ajudá-lo.

Depois de algum tempo ele pareceu despertar de um longo sonho. Contou do cofre a ela e até o mostrou, dizendo que não tinha coragem para abri-lo. Ela não insistiu e ele guardou o cofre novamente.

Mais tempo se passou e ela continuava a amá-lo cada vez mais. Recebia-o sempre com um sorriso nos lábios e um brilho nos olhos, um caloroso abraço e um beijo capaz de derreter uma pedra, sem se importar com a falta de luz nos olhos dele. Amava-o intensamente.

Ele começou a apresentar algumas mudanças sutis. Visitava-a mais vezes e parecia apreciar a companhia dela. Mas cada vez que ela falava no coração fechado no cofre ele sentia medo, um pânico de sofrer novamente. Relutava ainda. Ele pensava que não podia, que não queria, que não sabia se seria ela a merecedora de receber seu coração.

E o tempo foi passando, até que ele começou a acreditar que aquela mulher o queria realmente e que talvez o amor dela fosse a cura para ele e para o seu coração trancado há tantos anos. Reuniu toda a sua coragem e foi abrir o cofre e o que viu lá dentro o encheu de horror. O coração estava tão pequeno e seco, que mal parecia que um dia tivesse batido ou sido vivo.

Ele então levou o cofre para a mulher, assustadíssimo, e ela o abraçou e tranqüilizou, dizendo:

— Não se preocupe, meu amor, ele vai voltar ao normal, mas eu não posso fazer nada por ele, tem de ser você mesmo...

— O que tenho de fazer???

Precisa apenas dizer três palavras: EU TE AMO.

— Mas eu não posso! Não sinto isso! Não vou mentir a você...

— Você não percebe que, falando essas palavras em voz alta, elas irão agir como um bálsamo sobre esse pobre coração? E que o sentimento que você encerrou dentro dele poderá ser libertado? Porque essas palavras têm uma força muito poderosa.

O homem suspirou, sacudiu a cabeça e chegou até a abrir a boca para enunciar as palavras libertadoras, mas não saiu som algum. Ele não conseguia.

A mulher que o amava tranqüilizou-o mais uma vez: — Coloque o coração de volta no cofre, mas não o feche — disse ela — e também não pense mais nisso. Mas deixe esse cofre comigo.

O homem foi embora e continuou sua vida. Parou de procurar a mulher, o que a cobriu de dor. E todos os dias ela vertia lágrimas de saudade e amor sobre o pobre coração no cofre.

Mas outra mudança já se operava nele: não podia deixar de pensar naquele coração seco e começou fortemente a desejar vê-lo pulsar, quente e vivo novamente. Então se lembrava das palavras da mulher, pedindo-lhe para dizer “Eu te amo”... Lembrava-se também de quanto era compreensiva, receptiva e amorosa. Num momento cruciante começou a sentir tanta falta dela que foi procurá-la e lhe disse tudo o que estava sentindo.

O sorriso dela foi radiante e seus olhos brilharam como diamantes. Mas ele ainda não conseguia dizer as palavras “Eu te amo”, mas apenas “Gosto de você!” e suspirou novamente, desanimado. E ela mais uma vez o beijou e acalmou, mostrando-lhe o progresso.

Mais uma vez ele a deixou. Dias mais tarde, de repente ele constatou que não era mais aquele homem indiferente e vazio. Começara a sofrer de saudade. Sentia uma falta imensa daquela mulher que o amava com tanto desprendimento. Foi procurá-la mais uma vez, ansioso, e quando a viu foi tomado por uma grande emoção. Correu para ela e a abraçou e beijou repetindo sentidamente "Eu te amo!... Como te amo!... Agora eu sei!”

E sentia do peito o seu coração novamente vivo e quente que batia apaixonadamente.

domingo, maio 23, 2010

Adoro uma Lareira

Adoro lareiras.

Costumo ficar em frente à da minha casa, sozinha, por horas, só olhando o fogo dançar, leve, em constante movimento, pairando acima da lenha, beijando-a, brincando e provocando.

Mas a lenha adora e fazem um amor longo, quente e palpitante. Ela geme e estala e pequeninos pedaços de carvão são lançados à distância. E toda a sala se ilumina e se incendeia.

Um consome o outro e o tom incandescente mostra a transmutação. Cansada, a lenha entra em processo de virar cinzas, ainda quentes, para proteger o restinho de calor.

Ali, naquele momento, me encontro comigo mesma, com meu interior. Sinto-me una com esse espetáculo, ora sou a lenha, ora sou a chama.

terça-feira, maio 11, 2010

A Casa Quase Toda Branca


Estivemos em Limeira a convite do Zeca e da Zélia para passar o fim de semana de 16 a 18 de Abril.

A casa deles é linda e acolhedora, do jeitinho que eu gosto! Quase tudo é branco, a maioria dos móveis, os armários, as colchas e as toalhas. O piso e as paredes têm apenas um leve tom de cinza claro, ou de um azul suave para destacar o branco das portas e janelas. Aqui e ali, uma cor mais forte, a rede amarela num canto coberto do jardim, a decoração da sala de TV, a escada vazada de madeira cor de mel claro subindo para os quartos, sem roubar a leveza da sala, a janela até o teto iluminando tudo...

Os donos da casa foram fantásticos! Convidaram também o Shiost e a Lucy para o almoço de sábado, serviram uma bacalhoada deliciosa e uma picanha idem, para todos os gostos. E tudo regado a um bom vinho. E ainda por cima tudo muito alegre e coroado com os destampatórios engraçadíssimos da Zélia, que faziam a gente chorar de rir...

Foram dois dias muito divertidos.


sábado, maio 08, 2010

Oração do Anjinho André (sem pungente)

Oração do Anjinho André

Tenho sido tão bonzinho

Como bebê, que me chamam

De feliz Bebê Facinho,

Porque assim tanto me amam...

De dentro da minha nuvem,

Branquinha como algodão,

Papai do Céu, eu Te imploro

Numa singela oração:

De toda a minha Família

Peço a Ti para cuidar

Pois são todos minha Ilha

De amor, de paz... o meu lar!

quinta-feira, maio 06, 2010

PUNGENTE

Pungente (pun-gen-te)

adj.

Que causa impressão muito viva e muito dolorosa: dor pungente.

Informações adicionais de "pungente":

Sinônimos de "pungente"

aflitivo · angustiante · cruciante · doloroso · excruciante · lancinante · penoso · torturante

Provérbio com a palavra "pungente"

"A vergonha é mil vezes mais pungente que o remorso"


O Timtim tem toda razão!

Acho que preciso substituir a palavra pungente no poemazinho...

Uma oração só é pungente quando o solicitante está em última instância, ou pelo menos está pensando assim...

Peço ajuda: que palavra ponho no lugar? Tem que ter três sílabas.

não pode ser fervorosa, primeiro porque tem quatro sílabas e depois porque não rima...