Anjos da Guarda
Quanto a Anjos da Guarda, fui uma mãe que trabalhava fora o dia todo, voltava para casa exausta lá pelas 23:30h e nos finais de mês trazia seiscentas e oitenta provas e outro tanto de trabalhos para corrigir nos fins de semana... Hoje teria feito diferente. Não trabalharia tanto e ficaria muito mais tempo com os filhos. Mas agora é tarde, impossível voltar atrás. Porque eu fazia isso? Até hoje não me conformo! No início, para ajudar nas despesas, depois, porque entrei para a rede pública e não via jeito de sair sem deixar um vácuo entre os alunos.
Eu dava aulas para dezessete classes, quarenta alunos/classe, trinta e quatro aulas por semana e é claro que tinha de deixar os filhos com empregada. Mas quando o Flávio tinha dois anos e meio e a Alessandra seis meses, apareceu a Nilda, baiana maravilhosa que ficou conosco por trinta anos não corridos, pois voltava "de vez" para a Bahia a cada dois/três anos. Cozinhava muito bem, lavava a roupa e cuidava das crianças. Foi uma segunda mãe para eles. Os dois mais novos nasceram já com ela por aqui. A outra empregada eventual fazia o resto, faxina e arrumação.
NILDA - 1975 |
Nestas fotos ela já estava conosco há 5 anos.
NILDA - Anjo da Guarda |
Mas os filhotinhos... principalmente o mais velho, realmente tiveram pouco do meu tempo, o que me arrasa o coração... Acho que errei, sem querer... Aprendi a ser mãe com os dois primeiros, coitadinhos... Mas me perdôo, pois "cada um dá o que tem, faz o que pode", como dizia nosso querido e saudoso cunhado Fleury...
Vejo hoje a Alessandra cuidando 90% da Rebecca e o marido os outros 10% e morro de "inveja" desse relacionamento total... A Chris e o Jay idem, e morro de "inveja" novamente. Vejo o quanto a Rebecca é forte, independente e guerreira, líder e segura de si, apesar de que penso que ela já nasceu assim. E o quanto o pequeno André é feliz e confiante em seus nove meses. E tenho certeza de que será um menino forte e seguro.
E agora, resta-me ser avó, a melhor que eu puder ser.