segunda-feira, janeiro 21, 2008

Hummmm... Quero mais!




sexta-feira, janeiro 18, 2008

Ainda o Primeiro Aniversário

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quinta-feira, janeiro 17, 2008

17 de Janeiro ANIVERSÁRIO da REBECCA



Mais alguns desenhos

Cavaleiro dos Sonhos
Os Encapuçados



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quarta-feira, janeiro 16, 2008

Mais desenhos

Escultor Destrói Sua Obra
Mulher Parideira e o Pássaro Livre

Pierrô canta para sua Colombina
Pierrô canta para sua Colombina que está dentro de um criado mudo, que paira no ar, mas conserva um pé no chão. A escada em que ele está sentado parece que sai do criado e os últimos degraus se desfazem em pedras soltas. Pierrô está do lado de fora, mas faz parte do gigantesco criado. Lá em baixo vê-se uma paisagem desolada e um horizonte de montanhas. 


A Descida dos Mistérios
Estão vendo as pernas da mulher?


Desenhos com Helenos

O ANJO CAÍDO
Se repararem bem, o Anjo está caindo, mas o Homem está subindo...


Este é da série "Barrigas Abertas"

sábado, janeiro 12, 2008

O SONHO - Capítulo VI

... girei as duas chaves ao mesmo tempo.


Imagens brotavam pelo topo do entalhe e se projetavam por toda parte, em todas as paredes, ora nesta, ora naquela, uma depois da outra em rápida sucessão, ou em todas ao mesmo tempo, imagens fugazes que me encantaram mas não se fixaram na memória, quadros todos de figuras femininas, vestidas nos mais diversos estilos de épocas passadas... Apenas dois ficaram bastante tempo e apenas desses dois guardo até hoje a lembrança.
O primeiro era um quadro muito grande, em que duas camponesas usando toucas brancas sentadas frente a frente, olhos nos olhos, refletiam-se como num espelho. A da esquerda era muito jovem e parecia ansiosa. A outra, de meia idade parecia serena e tranquila. As feições eram semelhantes, como mãe e filha. As duas usavam blusas brancas de mangas bufantes, saias cinzentas, aventais brancos e tamancos holandeses. Estavam na mesma posição, uma olhando para a outra, as mãos descansando sobre os joelhos. Formavam uma dupla muito bonita. Embora usassem toucas, eu "sabia" que tinham cabelos escuros.
Esse quadro também se esfumou e em seguida apareceu apenas uma figura, em uma única parede: uma Alice em diagonal (aquela mesmo de Lewis Carol), a do País das Maravilhas, mas era comprida como se tivesse sido esticada, vestida de amarelo, de cabelos louros, com expressão de susto. (No desenho está com expressão de terror, para dar mais drama à cena). E estava na parede da luz... E ela foi se esticando, esticando...
E aí acordei. Mas o sonho não se esfumou. Pelo contrário. Contei ao Nelson, que gostou bastante. Nessa manhã fui à aula do Helenos, que me recebeu perguntando se eu tinha desenhos novos. Respondi que não, mas antes que ele pudesse me olhar daquele jeito sarcástico que me magoava, fui logo contando que tivera um sonho.
― Sonho?! Sonho é muito bom!! Conta seu sonho!!
Contei inteirinho e ele ficou todo animado.
Finalmente você começou a trabalhar sua cabeça! Desenhe essa porta!
E assim saiu um dos desenhos que mais gosto, mas no original, nesse dia, meu lado esquerdo do cérebro imperando, coloquei maçaneta e dobradiças, que não constavam da porta do sonho. Mesmo assim, Helenos gostou. Ele também não percebeu todas as mensagens que estavam tão óbvias.
No desenho que publiquei, tirei esses apetrechos inúteis e que estragam completamente a mensagem principal do sonho mais espetacular que já tive em toda a minha vida.
Tenho uma amiga-gênio, chamada Telma, que é psicóloga e um amigo do Nelson que é psiquiatra. Os dois explicaram a mesma coisa em épocas diferentes:
1 - Eu estava na penumbra (não conseguia ver direito e por isso não conseguia desenhar nada que prestasse). E a luz (a inspiração) estava separada de mim por uma porta.
2 - Num banheiro (o meu estado mais íntimo) com pessoas me observando como se estivessem numa frisa de teatro, em que a "artista" era eu e me sentia constrangida como se elas estivessem me espionando desavergonhadamente.
3 - A babá estava com a Christina no colo, ali dentro comigo (eu estava realmente muito ligada às crianças, o que era natural, mulher parideira que era).
4 - Girando a chave da esquerda ( lado esquerdo do cérebro) apareceram quatro mamadeiras (óbvio) e como isso ia se tornando uma armadilha, desvirei e as mamadeiras voltaram (mas não antes que eu pudesse apanhar a última e dá-la à Chris-bebê... (totalmente mulher parideira, com muita honra!).
5 - Girando a chave da direita, apareceram figuras de Disney, nada original e não era isso que eu desejava. Desvirei e fiquei pensando embatucada que não havia jeito de sair para fora daquele banheiro escuro (ou entrar para a luz que brilhava fora).
6 - Não conseguia perceber o óbvio: a porta não tinha maçaneta nem dobradiças porque estava solta. Eu só precisava dar um empurrãozinho e ela cairia e eu poderia passar!
Isso significava que eu estava "quase" pronta para começar a "soltar a franga"! Se não tivesse medo de errar, teria passado...
Medos, medos, medos, são as coisas que atrapalham os artistas! Picasso não tinha medo, nem Pollock, nem Miró, nem Dali, nem outros que se destacaram da multidão. Mas eu não acreditava em mim mesma, não reconhecia nenhum talento próprio...
Eu tinha medo de me expor, de expor meu trabalho à critica, à malhação, ao desprezo ou até à condenação. Talvez eu tivesse medo de ser considerada medíocre ou pior... Um nada...
Mas o pior mesmo é que continuei cega por mais algum tempo. Mesmo sentindo que alguma porta se abrira "dentro da minha alma" e que, de repente, comecei a produzir desenhos cada vez mais interessantes!

quarta-feira, janeiro 02, 2008

O SONHO - Capítulo V


(Vocês deverão tentar me acompanhar dentro desta viagem e não vai ser fácil, pois acho que compreendem que sonhar é mais fácil do que contar um sonho por escrito e com tantos detalhes como foi este. Tenho certeza de que algum de vocês vai me perguntar como me lembro dele até hoje. Já vou respondendo que ele foi o mais importante e sensacional de toda a minha vida e que o contei muitas vezes e também o escrevi em todos os detalhes. Prontos? Vamos?)

De repente eu estou dentro de um quarto verde, sem janelas. Olho em volta. É um banheiro, pintado de verde-água. Atrás de mim, o vaso sanitário, antigo, com a caixa d'água com aquela cordinha e o cano no mesmo tom das paredes. Tudo verde claro. O pé direito é muito alto e observo que estranhamente não há banheira, nem chuveiro, nem mesmo uma pia. Essa parede está muito escura. Mal posso distinguir o vaso sanitário, sozinho no canto. A segunda parede também é verde. Está tão escura que nada vejo nela, a princípio.
Continuo olhando em volta e me assusto: a terceira parede tem uma espécie de sacada, numa altura de uns dois metros, que também está escura. Olhando melhor percebo alguma coisa, um ligeiro movimento. São três mulheres desconhecidas debruçadas e olhando curiosas para mim lá de cima, como se estivessem esperando alguma coisa. Está tão escuro que elas parecem desfocadas e em preto e branco. Não gosto da presença delas, mas nada posso fazer. Tento ignorá-las, mas é difícil. Afinal estou num banheiro! Como podem elas ser tão indiscretas, por menos que eu o esteja usando? Começo a pensar que podem estar pintadas, como uma foto esmaecida... sim, talvez não sejam "reais"...

Meus olhos começam a se acostumar à escuridão. Bem no canto da segunda com a terceira parede consigo vislumbrar uma cadeira e julgo que há alguém sentado ali, mas não consigo ver direito. Parece uma mulher muito morena e baixinha, com uma criança pequena no colo. E de repente a reconheço: é a babá e a criança é a Christina.

Em seguida olho para a quarta parede e tento entender o que está lá: são duas paredes diferentes e paralelas:
A mais próxima, mais baixa, é feita de lanças de ferro preto, unidas uma a uma, que alcançam a altura dos meus olhos e, no centro, uma porta maciça, pesada, de ferro batido, com o formato que desenhei, recortada contra uma chapa de ferro que segue seus contornos, sem estar apoiada em nada aparentemente.
― Uma porta ― penso ― uma saída...
E, ao fundo outra parede paralela, verde como todo o resto, mas com um detalhe importante: entre as lanças pretas e a parede paralela, há um espaço de pouco mais de um metro e, nesse espaço, há luz! Uma lâmpada pendurada que ilumina apenas o espaço entre as duas.

― Engraçado, ― continuo pensando ― ali está iluminado pela lâmpada e aqui está escuro... mas o recinto é o mesmo... No entanto as lanças não vão até o teto... Por que aqui está tão escuro e no lado de lá está claro?
A porta tem sobre a “cabeça” um pórtico de madeira entalhada e dos dois lados do "pescoço", duas enormes fechaduras com duas enormes chaves.
― Tenho de sair daqui ― digo a mim mesma ― mas a porta é baixinha e estreita. Não há maçaneta, nem dobradiças. Não posso pular por cima das lanças... Tem de ser pela porta mesmo se eu quiser sair. Posso me abaixar e se me encolher bem, acho que consigo passar. Mas passar para onde? Para o quê? Não sei... do lado de lá também não tem saída, só o espaço iluminado... Mas sei que TENHO de passar! Sair daqui... Entrar ali... Passar! Tenho de passar por essa porta! É tudo o que preciso fazer! Mas não há como! Não há como abrir uma porta sem dobradiças nem maçaneta. Ou será que há? A resposta deve estar nas chaves.
E raciocinando assim, coloquei as duas mãos na chave da esquerda e tentei girá-la no sentido anti-horário. Ela não apresentou resistência, mas em vez de abrir a porta, começaram a surgir imagens animadas de mamadeiras que brotavam de cima do pórtico entalhado, projetavam-se na parede do fundo, onde havia a lâmpada e começavam a se estender, subindo devagar, alcançando o teto e continuando em direção à parede da cadeira e começavam a descer por ela, ameaçando fechar o cerco, pois estavam ligadas ao entalhe pelas bases. Uma depois da outra, quatro mamadeiras . Desvirei a chave e as quatro foram regredindo vagarosamente, sugadas de volta, mas antes que entrassem, uma por uma transformava-se em mamadeira de verdade, cheia de leite quentinho. Peguei a última antes que desaparecesse e pedi à babá para dá-la à pequena Christina.
Então girei a chave da direita: imediatamente iniciou-se uma projeção de desenhos animados na parede paralela. Eram desenhos de Disney e não gostei, não era nada que eu pudesse aproveitar e também não fizeram com que a porta abrisse.
Desvirei a segunda chave e pensei por um momento no próximo passo. O que deveria fazer?
Tomei coragem e girei as duas chaves ao mesmo tempo...