domingo, janeiro 31, 2010

Quantas Vidas, Foram Tantas...

Já fui grego, fui romano, fui fenício e fui chinês


 

Já fui rei e fui escravo, fui guerreiro e camponês


 

Fui escriba, sacerdote, fui ferreiro e fui doutor


 

Quantas vidas, foram tantas, mas não tive o seu amor...

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Festa de Aniversário da Rebecca







A Festa de Aniversario da Rebecca, em 17 de Janeiro, caiu no Domingo.

Teria de ser no parque da praia onde a Família Prentice mora (em Sydney, as praias têm parques).
Por que no parque da praia?
Porque a mammy da Rebecca trabalha nos finais de semana e não teria tempo de preparar uma festa em casa. (Ela e o daddy se revezam para cuidar da filha: nos finais de semana quem cuida é ele).

Mammy convidou os amiguinhos da Rebecca para a festa, marcada para as 16h, mas teve de ir para o trabalho de manhã, e só chegou em casa às 13h, debaixo de uma chuva forte, com granizo e tudo.
Coisa mais estranha esse toró, numa terra em que chove pouco...
Alessandra conta o resto:
“— Qual e' o plano B? — ligou Adriana (amiga da Alessandra, também brasileira) perguntando.
— Que plano B? Não tem plano B! Vai ser no parque mesmo! — respondeu Alessandra, enquanto Rebecca saía do banho e vestia sua roupa de fadinha.
— Mas e a chuva? Tá chovendo gelo! — ainda perguntou a amiga.
— Tenha Fe', que Santa Clara não me falha! Vai ser no parque e na melhor mesa!
Dito e feito, Santa Clara ouviu e fez abrir o maior sol!
Chegamos ao parque e não tinha mesa para por o bolo. Os australianos não têm medo de nada, nem de chuva com granizo, até gostam, e o parque estava lotado.
Liguei para uma amiga pedindo mesa emprestada just in case, colocamos tudo na grama, no meio do parque e se bobear ia ser ali mesmo, então o povo que estava ocupando a mesa que eu queria (não qualquer uma), foi embora deixando vago o melhor lugar para nós!...
Anda com fé, eu vou!”
E assim Rebecca teve sua festa dos três anos.

André




domingo, janeiro 17, 2010

O Adorável Touro - Parte 2


O verdadeiro taurino é inegavelmente uma criatura sensual. Isso não se aplica somente à sua vida sexual, mas a tudo o que agrada aos sentidos.


Cor: Touro muitas vezes tem dom para o desenho, para as cores, talvez para a pintura ou fotografia.

Som: Touro é conhecido por seu amor à música, e muitos taurinos tornaram-se cantores famosos (como Barbra Streisand), ou compositores (como Tchaikóvski).

Toque: não significa só a sensibilidade do toque físico, mas um gosto profundo pela textura. Seda, veludo, cetim, peles.

Paladar: o prazer pela boa comida leva-os a um belo aspecto de pessoas bem nutridas, de carnes sólidas. Gostam de bons restaurantes.

Olfato: Touro é muito sensível a cheiros e geralmente tem grande afinidade com essências sofisticadas, desde flores até os melhores perfumes. O taurino gosta de estar cercado de bons odores. Seus sentidos são tão aguçados e intensos que ele acha insuportável ficar num local que pareça sórdido, cheire mal, que seja barato ou feio. Tem um forte instinto para a harmonia.

O bom gosto é outra qualidade que se encontra em Touro, com tendência para o convencional, mais que para o sensacional. Seu gosto é quase sempre impecável, nunca inoportuno. O taurino está fortemente enraizado nas tradições. E adora tudo o que é antigo — móveis, rendas, xales e jóias, pinturas de antigos mestres. Sólidos, eternos, valiosos.

Seu amor a tudo o que é belo leva-o a criar um ambiente cuja atmosfera seja a mais bela e a mais agradável possível.

Touro é também um colecionador. De objetos, valores e pessoas. Tudo o que coleciona é muito precioso para ele. Ele vai guardar, cuidar e cobrir de atenções. Por isso Touro é o parceiro ideal para quem procura a verdadeira segurança de um relacionamento estável e imutável. Não importa o que aconteça, ou o que você faça, Touro estará a seu lado. Talvez nem sempre ele entenda seus motivos, mas mesmo assim continuará fiel.

Como os deuses parecem mesmo não ter complacência, há sempre uma abelha no meio das flores. Essa parece ser uma parte necessária ao modo de vida do taurino. Muitas vezes ele corteja essa abelha sem perceber, inconscientemente, criando uma situação em que sofre um choque, acreditando que ela ocorreu por acaso, ou por culpa de alguém. Mas sem a ferroada, ele continua charmoso e juvenil. Muitos taurinos adultos são incrivelmente juvenis ou mesmo infantis.

Ah! Que lindo! É o Ferdinando! E como nós gostamos dele!

O que a abelha lhes oferece é a capacidade de manter essa preciosa simplicidade infantil e de combiná-la com um pouco de realismo. Trata-se de uma linda combinação, quando conseguida, pois aí se tem uma pessoa que não só conhece a realidade da vida e sabe lidar com ela, mas que também sabe viver feliz e satisfeita, abandonando-se aos prazeres de coração aberto, como o fazem as crianças. Ou a deusa Vênus.
E ainda vem mais, esperem para ver!

O Adorável Touro

Touro
(Imagem do artista Kagaya)

Timtim, fiquei muito curiosa a seu respeito! Veja só que signo é o seu!


O touro Ferdinando, da famosa história para crianças, é uma criatura adorável. Seu divertimento preferido é ficar aspirando o perfume das flores, ouvindo o canto dos passarinhos, desfrutando a brisa do verão. Mas chega um dia em que se senta numa flor com uma abelha... e você pode imaginar o resto...

Ele vira uma fera... Alguém se lembra dessa figura, o Ferdinando?
E aqui entra o Timtim, que disse que seu signo é o dos APAIXONADOS:

Touro é regido pelo planeta Vênus, a deusa do amor e da beleza na mitologia. Algumas palavras o definem: paz, serenidade, prazer, calma, estabilidade, afabilidade.
A famosa paciência do Touro não é como a paciência do Capricórnio, construída à base de disciplina. É a paciência da natureza, como a paciência da própria Terra, serena e vivendo cada dia pelo prazer que obtém, enquanto o amanhã — desde que se garanta que o amanhã será como hoje — é esquecido.
Mas existem outros aspectos de Turo. De certa maneira você pode situar os taurinos numa de duas fases de sua vida: antes e depois do mais pavoroso aspecto da vida do Touro, aquilo que vai realmente contra a sua natureza, as mudanças.
O que se costuma associar tradicionalmente a Touro é o seu desejo de segurança e de estabilidade material. E não há dúvida alguma de que Touro gosta de ter uma segurança palpável, imutável — como barras de ouro, valiosos móveis antigos ou uma lindíssima Ferrari. Riquezas abstratas, imobilizadas em investimentos, ou riquezas de natureza incorpórea (tais como conhecimento, autoconhecimento, amigos e outras menos tangíveis), não são verdadeiras riquezas para Touro. Segurança é aquilo em que se pode confiar, o que não muda, não é corroído, não o deixa, não desaparece, nem depende dos outros para ter valor.
(as palavras são dela, da Liz Greene, não minhas!)
Touro, sendo um signo de Terra, lida com a realidade, concreta e tangível. Ele é realista por excelência; nunca é loucamente idealista, nunca é ingênuo a respeito das necessidades e das exigências da vida comum.
O outro lado da moeda é que, com tanto realismo, Touro muitas vezes perde aquilo que não é visível através de seus olhos terrenos. Ele valoriza as simplicidade e os fatos fundamentais, mas muitos aspectos da vida não são nem simples, nem podem ser enquadrados em fórmulas. Podemos chamar a isto de Síndrome do Pragmático, pois se não puder dominar a situação, nada tem a dizer sobre o assunto. Nem se cogite naquelas margaridas que fazem bem à alma. Para que uma coisa seja bem real para touro, ela tem de ser mais do que possível — tem de ser definida.
Outros enfoques ocorrem em qualquer área em que a realidade física não seja imediatamente aparente. Muitos taurinos são notoriamente céticos a respeito de tudo o que consideram "místico" — como a astrologia, por exemplo. Notei, por mais de uma década em que venho ensinando astrologia, que há cada vez menos taurinos em meus cursos do que pessoas de qualquer outro signo. Pois Touro tomará muito cuidado com algo como a astrologia, enquanto não se puder provar científica e definitivamente que ela funciona, e isto, não só uma vez, mas muitas vezes, porque uma vez só poderia ser um acaso.
Timtim, as palavras são dela e não minhas!... E ela continua contando o que aconteceu:
Tive certa vez um cliente de touro que, apesar de bastante impressionado com a leitura que fiz de seu horóscopo, duvidou que eu pudesse repetir a façanha. Ele não estava preparado para concordar com o fato de que a leitura de uma carta natal funciona; ele pensava (o que parecia uma interpretação espantosa) que de alguma forma eu havia conseguido minhas informações através de telepatia ou mediunidade. Ele me perguntou se poderia assistir à leitura dos mapas astrais de alguns de seus amigos, e como ele era Touro e eu sabia que não tinha outra saída, concordei. Dpois de aproximadamente quinze sessões, relutantemente ele admitiu que deveria haver algo nisso. E, como bom taurino, uma vez que houve nele essa mudança de atitude, entrou em ação. Não satisfeito por aceitá-la, resolveu aprendê-la. E começou a estudar astrologia à maneira de Touro, uma vez que havia se decidido: obsessivamente. Aora, pratica astrologia.
Esse pragmatismo a respeito de assuntos que podem ser confusos, nebulosos, charlatanescos ou falsos é também uma vantagem para Touro. Isso o ajuda a não cometer tolices e a estabelecer a veracidade absoluta de tudo o que admite em sua vida. Isso também se aplica aos relacionamentos.
Tchan tchan tchan tchan! ( 5ª Sinfonia de Beethoven...)
Vamos agora falar da famosa sensualidade de Touro...
Ohhhhhhhhhhhh!
Mas aqui vamos dar uma pausa...

quinta-feira, janeiro 14, 2010

O Lado Sombrio de Capricórnio

A CONSTELAÇÃO
(A pedido da primacaçula)

Lembre-se, priminha, foi você que pediu... As palavras não são minhas, mas inteiramente do livro da Liz e o texto é meio assustador... Nem me permiti fazer um resumo dele, para que possa ser compreendido melhor. Não acho que tenha muito a ver com o que conheço de você...
Mas... reunamos toda a nossa coragem para entrar nessa caverna!
Vamos lá!

E se você não é o beneficiário direto de sua Grande Missão, pode ser a pessoa mais próxima dele e tem de se inteirar de seus planos e oferecer-lhe até o último grama de energia para que ele possa cumpri-la. É nesse particular que a sombra de Capricórnio pode infligir sofrimento às pessoas, pois num relacionamento, ou na família, ele está disposto a sacrificar a vontade de todos para impor a sua. Seja por uma questão de moral, por dinheiro, ou por qualquer outra convicção, todo mundo tem de se submeter a ela.
Trata-se aqui do capricorniano pai de família que acredita — fanaticamente — que a dureza da vida faz bem, e dá uma mesada mesquinha aos filhos, embora tenha milhões no banco. É a capricorniana mãe de família que impõe impiedosamente ao marido e aos filhos severos pontos de vista morais e códigos sociais. É o amigo capricorniano que se imiscuiu em sua vida particular, acreditando que é realmente bom para você saber que seu namorado anda saindo com outra.
Enfim, a sombra do capricorniano tenta submeter a vontade, os desejos, as necessidades, as idéias e a maneira de viver de todos, segundo sua própria concepção de vida. E para um capricorniano realista, esta é uma maneira muito pouco realista de proceder, pois só mesmo um louco varrido acreditaria que pode mudar a natureza humana simplesmente tentando comandá-la, e só mesmo um doido acharia que tem o direito de fazê-lo.
Sendo um signo poderoso, que realiza muitas coisas neste mundo, Capricórnio tem uma sombra perigosa. Para ele é muito importante entrar em acordo com seu fanatismo, já que ele está sempre sujeito a assumir uma posição de responsabilidade e, em geral, tem outras pessoas dependentes de seu pulso forte para guiá-las. Mas se ele faz mau uso desse pulso forte, o resultado pode ser mais funesto do que ocorreria com pequenas sombras, que têm pouca influência sobre a vida dos outros.
É difícil para o capricorniano compreender a tolerância, justamente porque ele mesmo muitas vezes tem de se impor uma impiedosa autodisciplina para atingir os fins a que se propõe. Ele não entende por que os outros não são capazes de fazer o mesmo ou que não estejam interessados nisso, já que não consegue compreender que as metas deles podem ser diferentes das suas, ou mesmo que não tenham meta alguma a alcançar, no sentido que ele lhe dá.
Como dissemos, o capricorniano está ligado ao mito do Pai, e o lado sombrio do Pai se traduz em tirania. Você não pode deixar de ser tirano quando se recusa terminantemente a admitir um ponto de vista que não seja o seu.
A receita para atenuar a sombra de Capricórnio é em geral fazer pequeno esforço para compreender que pessoas diferentes têm vidas diferentes, mitos a expressar, necessidades e desejos diferentes, que existem doze caminhos fundamentais, e não um único.
Sob a couraça que o capricorniano usa para enfrentar um mundo hostil e mutante, ele é capaz de amar e se dedicar a alguém, como qualquer pessoa, mas precisa ser capaz de recordar sua capacidade de amar, e lembrar que amar outra pessoa significa reconhecê-la, e não apenas guiá-la.
O Pai — quer a figura apareça na psique de um homem ou de uma mulher — é aquele que, na sua configuração positiva, oferece sustento, orientação, sabedoria e instrução nos caminhos do mundo. Na forma negativa, o Pai só lhe oferecerá apoio se você seguir seus conselhos; só lhe oferecerá orientação se você aceitar seus pontos de vista irrestritamente; sabedoria, se você o reconhecer como o único sábio; e lhe ensinará os caminhos do mundo de acordo com a imagem que tem dele. Essa espécie de Pai recusa o amor, se não há obediência. Essa atitude tem origens profundamente enraizadas na carência emocional que ele tanto reprime e que pode começar a corroer seu modo de pensar, tornando-o cego, quando ele pensa estar vendo claro.
Quanto mais o capricorniano consegue exprimir suas imperiosas necessidades emocionais nos relacionamentos humanos, mais nítida se torna sua visão do mundo.
E quanto mais ele se permite relaxar um pouco, mais descobre que almas não tão disciplinadas quanto a sua não são menos virtuosas, mas muitas vezes detêm a chave que leva à alegria de viver que ele pode ter esquecido.
Então você verá um capricorniano realmente suave, que tanto pode dançar quanto escalar uma montanha.
Ele diz isso? Santo Deus! Que terrível! Conhecem alguém assim? Não vejo aí nada, nada, da minha priminhacaçula... Nem do Turini... Nem na Nádia (minha norinha), nem na Camila (minha sobrinha e afilhada). E a Rebequinha é ainda muito novinha...
Acho que os “nossos” capricornianos são diferentes dos capricornianos dos outros...
A sombra de qualquer signo zodiacal está ligada aos aspectos da personalidade que o indivíduo não reconhece e não pode expressar.
Mas com todo o realismo, a sabedoria terrena e a ênfase no mundano e no prático, próprios desse signo, é de se esperar que todas as emoções reprimidas, sonhos e fantasias se refugiem em algum lugar. Afinal, Capricórnio é um ser complexo, sensitivo e bem mais profundo do que frequentemente se mostra. Assim sendo, podemos chamar seu lado sombrio de Síndrome do fanático, ou, “o fim justifica os meios”.
O aspecto fanático da sombra de Capricórnio pode fazê-lo brandir um machado por qualquer motivo. Quando você começa a ouvi-lo, pode até sorrir e achar que se trata de uma pessoa ingênua tentando moralizar tudo. Será que ela não sabe que não se pode modificar a natureza humana? A sombra de Capricórnio acha que pode. E, seja a respeito de sexo, dinheiro, religião ou política, ou mesmo dando-lhe conselhos a respeito de como você deve levar sua vida, a sombra do capricorniano fanático consegue fazer gelar o sangue em suas veias, pois ela é como Jeová, no Antigo Testamento: faça como eu digo sem perguntas!
O lado sombrio de Capricórnio não é necessariamente conservador em política; lembre-se de que Stalin também era capricorniano. O que existe de verdadeiro é que o capricorniano, quando sob a influência do lado sombrio de sua natureza, está sempre com um plano para modificar a sociedade, fazendo-o evidentemente à sua maneira, e nela, é claro, não há lugar para dissidentes, que são afastados à força ou sumariamente despedidos. Richard Nixon também é capricorniano. Os fins justificam os meios.
Aos olhos de capricórnio não é, necessariamente, uma grande parte da sociedade que precisa de mudanças. Pode ser você: o marido ou a mulher, a amante ou o filho. E você vê o mesmo brilho fanático nos olhos normalmente sábios e prudentes de Capricórnio. Coloque-o em sua posição favorita e ele não tolerará oposição de espécie alguma. Recuse-se a ouvir seus conselhos e o terá ofendido para sempre. E ele tentará manobrá-lo de todos os meios possíveis para fazê-lo compartilhar de seus planos, convencido de que está certo e de que, no fim, sejam quais forem os meios usados, mesmo os inescrupulosos, serão tolerados pelos resultados a serem alcançados.
O problema é que o capricorniano raramente dá asas à sua fantasia, à sua imaginação, por estar sempre muito ocupado em ser realista. Ele nunca se permite fantasias a respeito do que o mundo poderia ser, pois se força a manter os olhos naquilo que pode ser obtido praticamente.
No entanto, ele é dotado de uma poderosa imaginação e de muita fantasia, que têm de se expressar de algum modo. Você muitas vezes descobre que os capricornianos têm uma fantasia secreta que só poderá ser revelada se eles puderem manipulá-la com segurança. Manter uma fantasia dessas, fechada a sete chaves dentro de si, por vinte ou trinta anos, tende a torná-la um pouco bizarra. Ela se infla e, quando vem à tona, o capricorniano perde o seu maravilhoso realismo e é transportado por sua própria fantasia messiânica. É claro que o mundo e você podem ser mudados, e ele é a pessoa indicada para fazê-lo. E se você se opõe a isso, “só o faz devido às suas próprias desilusões, sua temeridade, sua estupidez, ou a quaisquer causas, que o fazem tão desprovido de inteligência que você não reconhece a Verdade Absoluta de minhas convicções”.
E então? Que me dizem?
Amei este capricorniano realmente suave!

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Esses Capricornianos Maravilhosos

Achei esta figura muito bonita, mas não encontrei assinatura do artista.

Estou bastante impressionada com vocês, capricornianos: primacaçula, Turini, Nádia (Norinha), Camila (sobrinha e afilhada), e neta Rebecca! Se apenas parte disto tudo se assemelhar ao verdadeiro âmago de vocês, já é um signo para ninguém botar defeito... Mas vamos continuar a descortinar mais um pouquinho da psique e dos segredos deste signo.

Falemos um pouco sobre Saturno, o regente de Capricórnio.

Ele tem uma reputação muito especial em astrologia, pois sempre foi considerado o símbolo da limitação e da disciplina, e também do isolamento e da solidão.


Em mitologia, Saturno é um dos Titãs, os deuses da Terra, filhos da grande Deusa da Terra, Gaia. Bem terra. Não há pragmático maior do que o capricorniano.

Saturno é retratado também como a mais impiedosa figura da mitologia, aquele que não se refreia nunca — nem na destruição de seu próprio pai — para alcançar o poder. A impiedade é um atributo que frequentemente se pode ver no capricorniano, e o campo da política está cheio deles. Mas uma impiedade necessária, raramente proveniente de maldade ou crueldade.


O poder é um grande atrativo para muitos capricornianos, tanto em sociedade como em sua vida particular. Este é, na verdade, um dos maiores problemas que eles enfrentam nos relacionamentos; eles acham imensamente difícil renunciar à autoridade. Homem ou Mulher, Capricórnio deve sempre ter as rédeas na mão. Fica atemorizadíssimo quanto ao que poderia acontecer se perdesse o domínio — não só das situações como de si mesmo. Por aí se pode perceber que Capricórnio não é um grande jogador na esfera das paixões. Ele é mais conhecido por preferir ser o regente a ser o segundo violino.

O verdadeiro lugar do capricorniano é no palco da vida, mudando as coisas à sua volta — sejam elas pequenas ou grandes —, de tal modo que deixe o lugar mais bem organizado do que quando o encontrou. Seus dons no domínio da organização e controle, disciplina e início de mudanças dentro de estruturas já existentes. Muitas vezes ele é mais idealista do que se espera, tendo idéias de como melhorar o mundo ou o pequeno canto do mundo que habita.

Místico ele não é e seus ideais são sempre realizáveis. Ele sempre se assegura de que seja assim e de que poderá contar com os recursos e a competência para realizá-los durante sua vida. Nunca ficaria sentado indolentemente, deixando que outros dessem luz às suas idéias. Detesta delegar responsabilidades e em geral acha que tem de fazer tudo sozinho. Só na idade madura é que percebe que é bom relaxar-se ocasionalmente e receber os frutos de seus esforços. Às vezes, tem de ser sacudido por uma esposa ou amante enfurecida, ou por uma criança manhosa para tirar umas férias e se tornar um pouco sentimental e mais humano. Mas no fundo do coração ele é um construtor, muitas vezes desinteressado, pondo a serviço de outros sua enorme competência e força de vontade.


Talvez você leve algum tempo para conhecê-lo; mas sob a aparência excessivamente convencional, ele já viu um bocado da vida, e talvez muito de seu lado mais divertido. Na interpretação cabalística, o símbolo de Saturno é associado à compreensão — sabedoria rica e profunda, baseada em experiências reais e não em teorias e filosofias. Vale a pena consagrar um pouco de tempo e esforço para conseguir captar esse veio de ouro.

O mito

Há numerosas figuras da mitologia que podem nos ensinar como é a trajetória da vida de Capricórnio. O velho Titã, Saturno, é apenas um deles, mas podemos resumir todos dizendo que este signo do solstício de verão, que começa no dia mais longo do ano no hemisfério sul, é ligado ao mito e ao mistério do Pai.

Na verdade, a noção de Pai é muito complicada. Significa bem mais do que apenas papai, mas é claro que a idéia de papai também está inserida nela. Descobrimos muitas vezes que os primeiros anos da vida de Capricórnio foram fortemente marcados — às vezes com profundas cicatrizes — por uma relação difícil, muito intensa ou complicada com o pai.


Às vezes isso quer dizer a perda do pai e a obrigação de assumir responsabilidades do tipo paternal muito cedo. Às vezes Capricórnio tem um pai severo, ou distante, ou mesmo fraco ou instável. Outras vezes é uma figura superidealizada, um modelo que marca muitas mulheres de Capricórnio, que ficam procurando por esse adorado e sonhado pai por muito tempo, muitas vezes casando cedo com homens que possam representar o papel de pai. Às vezes o pai é uma personagem fascinante com a qual a criança de Capricórnio sente que não pode competir, ou cujo amor é difícil de obter.


Sejam quais forem as circunstâncias, o Pai é um mistério e um desafio, e muitas vezes, é um problema a ser resolvido, isso porque os primeiros trinta anos da vida capricorniana sempre são difíceis. Parece que só quando se torna adulto, seja homem ou mulher, o capricorniano compreende que, num sentido muito profundo, tem de tornar-se Pai. As qualidades de força, autocontrole, vontade, capacidade de proteção e estabilidade são coisas que não podem ser encontradas em outra pessoa, nem num emprego, nem na hierarquia reconfortante de uma grande empresa, para a qual muitos capricornianos são atraídos inicialmente. Essas qualidades, que são associadas ao símbolo do Pai, têm de ser erigidas em seu interior através do longo, lento e difícil caminho.

Acho que aqui a primacaçula vai se reconhecer, se é que não o fez também no mito do Pai, pois sei que o pai dela era importantíssimo em sua vida, talvez (?) uma afinidade que ele não teve com os outros filhos:


Existe uma outra imagem mítica que deveríamos acrescentar a Capricórnio. Nos ensinamentos orientais, é o bodhisattva. Em alguns desses ensinamentos há dois tipos de almas iluminadas, os budas e os bodhisattvas.

O primeiro alcança a auto-realização ou a iluminação e fica no estado místico da união com Deus. O segundo, tendo alcançado os portais do divino, volta atrás e considera o resto da humanidade que sofre e labuta nas trevas. Como Buda, ele poderia permanecer no maravilhoso reino da união com a Luz, mas escolhe voluntariamente voltar para o denso e tenebroso mundo da vida comum, a fim de ajudar os que ainda se encontram aprisionados. Só quando os libertam é que se sentem livres para deixar a prisão que eles próprios se impuseram.

Esse simbolismo é muito profundo e representa bem o verdadeiro destino do capricorniano. Seja qual for a montanha a cujo cimo aspira escalar — material, espiritual ou ambos — ele não pode ficar lá no alto. Tem de descer de novo ao mundo, mesmo que não tenha mais obrigações com um trabalho ou com um empreendimento, mas porque sua competência ainda pode ser útil.

Não é coincidência que o aniversário de Cristo seja celebrado em 25 de dezembro, quando o Sol está em Capricórnio. Em numerosas religiões pagãs, o deus-sol sempre tem seu nascimento sob o signo de Capricórnio, pois ele é um Redentor que voluntariamente se oferece para encarnar neste mundo mau e doloroso, para ajudar os mortais a alcançar a Luz. Pode ser isto o que fascina os laboriosos capricornianos, que não ambicionam nada além de ter seu pequeno negócio, para com ele obter o sustento e a sobrevivência da família. Mas, em algum lugar, em cada capricorniano, existe a semente dessa figura, que é bem mais antiga que o cristianismo, que escolhe, por sua própria vontade, permanecer nas restrições e frustrações de uma vida comum e assumir responsabilidades, a fim de mudar mesmo que só um pouquinho as coisas, deixando-as, quem sabe, um pouco mais brilhantes e melhores.

domingo, janeiro 10, 2010

Esses Capricornianos... Parte 2



Esses Capricornianos...

Ele não é visionário, nem místico e é difícil para ele ter fé no intangível, mas muitas vezes ele é atraído pelo mistério que envolve o aprendizado das leis energéticas que governam a vida. Isso é muito diferente.
Gente excêntrica, esses capricornianos. Com um regente tão poderoso e fatídico como Saturno, não devemos estranhar que seja tão difícil conhecê-los.
Existe também outro estranho paradoxo com Capricórnio: o conflito entre o social e o individual. Muitos deles são demasiado sensíveis às opiniões e valores do mundo e dão muito valor a coisas como boas credenciais e boa educação, roupas corretas, o bairro certo, a escola certa para os filhos, a imagem social correta. Sua apresentação social é sempre impecável e insiste em obedecer às regras implícitas quanto ao que é certo e apropriado.
A vida dos capricornianos em geral se divide em duas partes bem distintas. Na primeira, que na maioria das vezes inclui uma infância restrita e sem atrativos, o cabrito é frustrado e acabrunhado por alguma responsabilidade e, de certo modo, fica à mercê da sociedade e das responsabilidades. Provações — interiores ou exteriores — parecem fazer parte do treinamento dos capricornianos na escola da vida, e se a vida não lhes oferece isso, eles mesmos as criarão. Você pode ver muitos deles no início de sua vida impondo-se difíceis tarefas, como se quisessem realmente conhecer essa espécie de frustração. Podem fazer isso tomando conta de pais velhos e doentes, ou trabalhando em coisas que lhes desagradam profundamente, ou envolvendo-se num casamento que os limite por completo, como precisassem de uma espécie de perpétua autopunição e trabalho forçado.
Ele não se permitirá qualquer prazer ou vício. Vive comedidamente como se não tivesse dinheiro bastante. É como se durante todo esse tempo uma poderosa determinação e ambição ardesse dentro dele, com uma imensa força de vontade.
Mas esses primeiros trinta anos de treinamento servem a um propósito: ele está planejando o seu destino. Observe-o então, quando esse tempo tiver passado e ele estiver livre dessa prisão auto-imposta. Sua meta final pode ser material, como uma firme posição financeira, ou pode ser uma ambição no sentido criativo, ou seja, tornar-se um grande pintor ou escultor, um escritor ou músico famoso. Pode ser também uma ambição interior — como o autoconhecimento ou algo mais oculto. Mas, seja qual for a sua meta, nos primeiros anos de sua vida esse capricorniano desenvolveu uma vontade tão ferrenha de vencer que, mesmo demorando um pouco para alcançá-la, não há dificuldades nem obstáculos que consigam detê-lo.
Capricórnio é muito tenaz. Jamais desistirá de um projeto só porque o caminho é um pouco pedregoso. Se você quer apostar no sucesso da vida de alguém, aposte num capricorniano. Não que não haja um que falhe, isso ocorre a muitos deles. Mas aquele que está expressando verdadeiramente sua natureza é um VENCEDOR CERTO.

Puxa! Que inveja! (construtiva... (risos)... gostaria de ser tudo isso...)
Trabalho e sucesso não são o retrato completo de Capricórnio. Por estar muito preocupado com estrutura e tradição, sua vida em família também é muito importante. Estrutura social é também uma tônica neste signo, e é com muita seriedade e senso de responsabilidade que ele encara o casamento e os compromissos familiares e querem ser considerados pessoas responsáveis; sua auto-imagem é importante, para que o mundo os veja dessa maneira. A idéia de desfazer um casamento ou de ofender a família é muito penosa para o capricorniano; ele prefere suportar um casamento em que o amor já acabou há muitos anos por causa de seu respeito pelas estruturas sociais e pela segurança, muito forte nele.
Esse traço é mais representativo de capricornianos mais velhos, uma vez que muitos signos só mostram suas cores reais por volta dos trinta anos, e Capricórnio às vezes até mais tarde. Mas o capricorniano consegue suportar esse amargo dever até o ponto de tornar sua vida e, às vezes, a daqueles que o rodeiam, um verdadeiro inferno. Dever é uma faca de dois gumes; e a culpa sempre atormenta esse signo: uma vaga culpa da qual não consegue se libertar e que o faz acumular responsabilidades que não são suas. O problema é que muitas vezes outras pessoas se apóiam nele e se aproveitam dele, o que contribui para aumentar suas suspeitas e desconfianças quanto às motivações alheias. E ele raramente percebe que essa é sua própria maneira de ser.
Nossa! Que signo complexo! Vamos fazer uma pausa para meditação... A terceira e última parte virá amanhã.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Esses Capricornianos...



Esta figura tão bonita, é assinada por um artista chamado KAGAYA.

O livro roxo mostrou ser tão interessante quanto pareceu à primeira vista. Apesar disso nunca fiquei fanática, nem mesmo conhecedora. Ele apenas serviu para diminuir um pouquinho minha ignorância.




Esses Capricornianos...

Acho que me propus uma tarefa bem difícil! Eu não sabia quase nada sobre esse signo. E é muita coisa, parece que tudo é importante. São muitas páginas do livro roxo da Liz Greene...
Vou tentar um resumo.

Olhe atentamente para o símbolo do mais misterioso dos signos de terra e verá que ele tem uma cauda, uma espécie de fusão entre peixe e serpente. O caprino que escala a terrível montanha do sucesso e da realização material tem também um lado quase sempre oculto e completamente diferente de sua natureza.
Se procurarmos no simbolismo antigo, encontraremos um das mais arcaicas representações da sabedoria instintiva e dos segredos da própria terra. E o peixe, por sua vez, é a criatura que nada nas desconhecidas águas da psique.
Nosso cabrito montês – trabalhador, perseverante, prudente, materialista, astuto e ambicioso – é também, no fundo, uma espécie de mago, um caçador de mistérios. Seja qual for o campo em que o capricorniano se realize – interior ou exterior – ele emprega os mesmos princípios, que podem ser resumidos numa só palavra: maestria.

Que tal? Estão gostando? É respeitável ou não é?! E isto é só o começo! Mas vamos continuar:

Não é fácil chegar a conhecer um capricorniano. Desde a mais tenra idade, por volta dos três anos, ele já aprende a deixar que as outras crianças mostrem suas cartas primeiro e que às vezes é bom guardar um ou dois curingas na manga. Existe uma coisa curiosa a respeito da criança de Capricórnio: às vezes, se você a olhar bem nos olhos, vai ficar abismado com o velhinho que transparece na carinha infantil.

Amigos, isso foi o que mais me impressionou: eu vejo isso na Rebecca! Quando ela estava aqui todos ficávamos impressionados com a personalidade da menininha que não tinha completado dois anos e como ela parecia madura! Só fazia o que queria, já era determinada e ninguém conseguia tirar de sua cabecinha o que havia se proposto. Ela se bastava e sabia perfeitamente o que queria, nunca pedia companhia e nunca precisava que brincassem com ela. Pegava ela mesma seu DVD Player próprio, escolhia seus filmes e os colocava com “maestria” passando a assisti-los longa e seriamente, ou dando grandes risadas em alguma cena. Tirava as próprias roupas e colocava outras de sua escolha e não adiantava querer convencê-la de que a escolhida por ela não era para a ocasião... E amarrava ou abotoava eficientemente seus tênis ou sapatinhos. Quando a obrigavam a calçar ou vestir algo de que não gostava, depois de gritar um pouco ela ficava estranhamente quieta como se estivesse resignada. Mas assim que a pessoa ia fazer outra coisa, quietinha ela tirava tudo e ia buscar as sua escolhas... Na festinha de aniversário de dois anos, no Paineiras, todos ficaram surpresos ao ver sempre Rebecca correndo, sem olhar para trás, subindo e descendo nos brinquedos, entrando e saindo da piscina, sempre em silêncio e todo o bando barulhento de crianças maiores seguindo-a por todo canto e submetendo-se à vontade dela.

Capricórnio não permite que seus segredos sejam revelados antes do tempo. Primeiro, ele precisa saber exatamente onde se encontra, quem você é e o que quer, para depois mostrar suas cartas. Desconfiança é uma tendência natural de Capricórnio, mas seu lado melhor são a prudência e o realismo. É também um signo de imensa sutileza; nunca pense que você descobriu todos os seus motivos, pois sempre haverá um no qual você jamais pensaria.
Ele é sério? Você pode dizer isso também de um capricorniano. Suas piadas em geral são irônicas, cheias de um sentido das incongruências da vida e tal espírito irônico faz parte de seu charme. Mas, para a maioria dos capricornianos, a vida é um negócio muito sério, pois você tem de ser mestre se quiser sobreviver.
Sobrevivência é outra palavra-chave para o capricorniano. Para ele o mundo nem sempre é um lugar amigável e aprazível, como se sua antena estivesse sempre sintonizada naquilo que pode dar errado e não no que pode dar certo. Não acredita na sorte, que troca por um bom, sólido e árduo trabalho.
Atingir objetivos é outra prioridade do desconcertante cabrito. Sem objetivos, ele cai espalhafatosamente numa grande e negra depressão. Como este mundo não é basicamente um lugar agradável para ele, suas metas lhe dão um sentido de objetividade e a realização de um projeto pode consumir sua vida inteira e muitas vezes vem na forma de uma polpuda soma em dinheiro.
E muitas vezes você encontrará capricornianos que, após terem alcançado sucesso e terem reconhecida sua competência, vão se acalmar e começar a desenvolver o lado mais oculto e profundo de sua natureza.
Longe de ser um materialista, Capricórnio é uma alma que medita, imensamente introvertida, e sabe que nunca conseguirá atingir a sabedoria nos mistérios que tanto ama, antes de ter aprendido a viver no mundo.

Aqui me detenho um pouco para meditação sobre os valores (e ainda tem mais!) desses estranhos e sofisticados nativos desse signo tão rico e interessante. Também para que as postagens não fiquem muito compridas...

terça-feira, janeiro 05, 2010

Confissões - Ariana


E assim, bombardeada entre dois fogos, a Jacyra de fora do clube, a Inês de dentro, comecei a perceber o tamanho de minha ignorância em Astrologia.
Santa Ignorância! Toda gente conhece o assunto, menos você, Ariana?! E em qualquer lugar que você precisa dizer a data do aniversário, olham para você e dizem: Áries, hein? Ai, que medo, você é brava! Não brigue comigo, por favor!
Dei de ficar intrigada e curiosa para saber mais sobre esse meu signo tão pouco apreciado...
Na mesma época aconteceu algo que me direcionou: minha cunhada me presenteou com um livro que eu já tinha e fui trocar. O valor equivalia a três livros, escolhi dois e o último estava difícil de escolher. E de repente vi na prateleira de Astrologia uma porção de livros de todos os tamanhos. Veio a idéia: Porque não? Taí uma ocasião de aprender um pouco, sem preconceito. Vamos abrir a cabeça, Ariana? Vamos descobrir porque ninguém gosta muito de Áries?
Normalmente, jamais gastaria um centavo num livro desses, mas sendo de presente, dava para aturar. Então comecei a escolher. Li as orelhas de alguns e logo devolvia à estante. Até que me deparei com um livro de capa violeta, um roxo bem forte, com letras em laranja: Os Astros e o Amor, de Liz Greene. Santo Deus!, pensei. Quem é que tem a coragem de publicar um livro com esse nome e fazer uma capa com essas cores? Dava até vergonha de estar olhando para ele.
Mas talvez por isso mesmo, abrindo a cabeça fui em frente. Hoje sei que Arianos são audaciosos... Afinal, tinha de estudar um pouquinho para neutralizar as duas amigas e ainda por cima ver se havia algo que pudesse resgatar meu signo.
Abri e comecei na primeira página, em que ela começa citando Wood Allen e uma das piadas dele, envereda pelos valores antigos, casamentos e divórcios, casais que vivem sob o mesmo teto até que a morte os separe, carregados de inimizade e veneno, continua por sendas das crises de todo tipo a enfrentar, mas principalmente o grande problema das relações humanas, a quê se atribui isso (uma lista de bodes expiatórios nos quais se possa passar a responsabilidade por nossos próprios insucessos), a falta de sentido na vida e a solidão que desesperam milhões de pessoas e por aí ela vai e eu me surpreendo seguindo-a e gostando!
Viro a página e continuo interessada.

Passo por Sir Isaac Newton e por Jung, a quem ela me apresenta, conta que se aprofundaram “nessa ciência” e continuamos. Ela vai falando, como se estivéssemos andando pelas ruas, lado a lado e ela diz um tantinho contrariada que a maioria das pessoas, quando lê um livro de astrologia, logo coloca nele uma capa marrom, para não ser considerado excêntrico e que é melhor ser apanhado lendo Playboy...
Ela se anima ao contar sobre “um francês persistente chamado Michel Gauquelin, que decidiu que iria acabar de uma vez por todas com as ridículas pretensões da astrologia, mas que depois de lançar-se num enorme projeto, com estatísticas baseadas em milhares de horóscopos de diversas profissões, para ver se o resultado mostraria alguma correlação entre os pedaços de rocha que circulam no espaço com as nossas miseráveis vidas humanas, horrorizado e estupefato, em vez de constatar a vacuidade da astrologia, provou que ela funciona de verdade, comprovou sua eficiência.”
Nessa altura, o preconceito, como um pernilongo irritante, zuniu no meu ouvido e quase larguei o livro... Mas "a curiosidade mata", como disse alguém ultimamente, então continuei com ela, página após página, até que tive vontade de continuar lendo... e comprei o livro, que é divertidíssimo!
Você não precisa acreditar, mas que é interessante, isso é!
Estava com vontade de pular logo para o meu signo, mas não podia deixá-la sozinha, bem em frente ao Oráculo de Delfos, apontando para as duas inscrições sobre o portal:


"NADA EM EXCESSO" e "CONHECE-TE A TI MESMO"


Lentamente ela me explica que o primeiro conceito é bem mais sutil do que parece, significando não somente refrear um comportamento excessivo, como não ser unilateral na maneira de encarar a vida e as pessoas. E depois de uma pausa ela franze ligeiramente as sobrancelhas e diz que o segundo é mais difícil de ser seguido, pois não há mapas conhecidos ao interior de nossa mentes. E que a astrologia é um desses mapas.

Então ela me olha profundamente, nos olhos, aponta o dedo para mim e termina: "Se você acha que a astrologia é um meio muito obscuro de tentar mergulhar no comportamento e nas motivações das pessoas, continue lendo."






Confissões

Abrindo o Diário dos Anos 90...
Nunca fui muito chegada à Astrologia, mas a Jacyra, uma das minhas melhores e mais antigas amigas, é chegadíssima, até já mandou fazer seu mapa astral e sempre fala sobre agir desta ou daquela maneira por causa deste ou daquele signo.
No começo eu só ouvia e de boa vontade. Ela é virginiana, tem uma auto estima que é um arranha-céu, adora seu próprio signo em detrimento de todos os outros, principalmente do meu, Áries. Sempre soube que sou desse signo, mas foi ela quem me disse que meu ascendente também é Áries. Gosta de dizer que os Arianos são difíceis, impulsivos, francos demais, agressivos, teimosos, exaltados e explosivos e que os virginianos é que são os perfeitos, dedicados, pé no chão e só agem em função dos outros etc....
Ora, eu não acredito que muita gente pense que eu seja tudo aquilo, (nem conhecendo a minha prisioneira do porão) e assim, só sorria e dizia: Ah, pára com isso, não é bem assim...
Além do mais, não adiantaria discutir sobre um assunto totalmente desconhecido, ainda mais com uma pessoa que se julga dona da verdade.
Ao mesmo tempo a Inês, uma associada do Paineiras que mal me conhecia, andava reiteradamente me convidando para fazer o curso de astrologia no clube. (Agora vocês já conhecem a existência de uma outra parte da minha personalidade, a que vive na masmorra da mente). Mas no clube, acho que ninguém sabe nada, nem sobre mim, nem sobre a prisioneira... Lá, sou a contida, a educada e pouco comunicativa. Alguns até me julgam tímida.
A Inês, lá por 1991, tentou fazer com que eu participasse de um abaixo-assinado pedindo para mudar o estatuto, que impede que as mulheres do clube votem. Neguei. — Por quê?! — perguntou ela horrorizada. — Porque não acho importante, não gosto de política e não faço a menor questão de votar — respondi com a maior doçura possível, no olhar e no sorriso. — Mas o seu marido é político atuante aqui! — Por isso mesmo... — disse eu, mais açucaradamente ainda — Sinto muito...
Daí em diante, a Inês passou a me considerar um zero à esquerda, uma bolha morna, mas não desistiu de me aporrinhar todos os dias por causa do abaixo-assinado. Foi quando ela começou a freqüentar o tal curso e queria testar seus conhecimentos nas pessoas. Uma tarde, na sala de xadrez, eu jogando, ela sapeando, perguntou qual o meu signo, eu disse Áries e ela: — Não!!! Não é possível!!! Você não é de Áries!!! — Mas é claro que sou! — Não, não é! Que dia você nasceu? — 24 de março — respondi. — Não, você não nasceu nesse dia! — Ora essa! Eu sei o dia em que nasci! 24 de Março! — Bem, é Áries mesmo, que estranho... Não bate... Ah, já sei! O ascendente!!! Qual é seu ascendente?! (ela estava feroz!) Deve ser Peixes ou Câncer... (ela agora estava desdenhosa...). — É Áries!!! E ela: — Não, não pode ser! A que hora você nasceu? — Eu não acredito!! Ás 7 da manhã!! — respondi, furiosa com o desacato dela, a minha paciência ariana (quase nenhuma) no finzinho. Meus olhos começavam a se cerrar, a pálpebra inferior se contraindo, o maxilar começava a ficar apertado, o sangue subia, a ponta de um pé marcava um rápido compasso e um suspiro comprido saiu para aliviar a tensão. Eu já estava muito brava, muito brava mesmo! E por dentro pensava: Jesus Cristo!!! Ela verá!
Mas ela já tinha visto a mudança na minha reação.
Meu jogo de xadrez, com toda a atrapalhação que as perguntas dela me causavam, chegava naquele ponto decisivo que um movimento determina sua vitória ou sua derrota e eu já tinha cometido alguns erros. Normalmente eu teria ficado nervosa, mas naquele dia eu estava espicaçada em meus mais terríveis brios arianos. Não me lembro da jogada (só faltava!), mas foi tão rápida e o gesto que a acompanhou tão agressivo, que o adversário reclamou.
E a Inês disse: — Nossa!!! Agora eu vi a ariana! Você é Áries de verdade! Mas não parecia! Puxa, mulher! Pensei que você era uma mosca morta... E abriu um sorriso de orelha a orelha...
Depois disso ficamos amigas para sempre.
Vá entender as pessoas...

Natura e o Papel Semente

Os brotinhos apontaram

Ensinando a plantar

Quem assina a Veja deve ter visto na penúltima, a de 30 de Dezembro de 2009, que fala do Ano Zero da Economia Sustentável, um anúncio de quatro páginas da Natura, em que a empresa relata sua contribuição e relacionamento com o meio ambiente nos quarenta anos de sua existência.
Na quarta página, ela coloca uma folha de “papel semente” colada com adesivo e sugerindo:


“Desde a sua origem, a Natura busca soluções inovadoras que valorizam o meio ambiente. Como esse papel semente, que traz em si uma solução criativa: o que poderia virar lixo vira flor. Plante essa idéia.”


Achei a idéia genial. Plantei num vasinho desocupado por uma violeta e hoje, no quinto dia, os brotinhos começaram a aparecer!
Quando o cravo túnico surgir, mostrarei aqui. Qual será a cor dele?

domingo, janeiro 03, 2010

Criatura Esfuziante

Ela é um vislumbre do Eu verdadeiro,
Parte de mim que se criou primeiro,
Antes de tudo o que veio a se formar.

Ela é tão forte, solta e divertida
Tão cintilante, livre e destemida,
Que incomoda e tento sufocar...

Eu a aprisiono num porão secreto
E a mantenho lá, amordaçada,
Sempre rebelde e buscando escapar.

O tempo passa e ela recolhida,
Não mais emerge e eu, desprevenida,
Relaxo a guarda e deixo de vigiar.

E surge a Criatura Esfuziante,
Tomando meu lugar no mesmo instante,
Alegre, intensa, e leve como o ar...