sábado, abril 28, 2007

Julico

Na minha cidade do interiorzão de São Paulo, há mais de cinqüenta anos, havia um pobre coitado chamado Julico, que não era bom da cabeça.
Tinha um irmão chamado Daniel, que era pior do que ele, pois, se Julico só não "batia bem", Daniel era também um tanto safadinho, gesticulando e falando aos brados pelas ruas da cidade coisas impensáveis e muito menos indizíveis naquela época...
Daniel não deixou nada para trás, mas Julico deixou uma história que o povo gosta de contar:
"Julico era muito pobre e vivia de cortar lenha na casa dos outros, pois naquele tempo, por aquelas bandas, só havia fogões a lenha. Julico cortava lenha também para as padarias, que lhe pagavam uns bons trocados. Por isso Julico andava pela cidade segurando seu machado apoiado no ombro.
Uma tarde, com fome, Julico não estava com muita sorte, pois seus "clientes" não estavam precisando de seus serviços. Cansado, sentou-se na guia da calçada acariciando seu machado e tentando conceber uma idéia luminosa. Cotovelo apoiado num joelho e apertando a testa, lembrou-se de repente de um professor novo na cidade que nem o conhecia e, portanto, nunca utilizara seus serviços.
Levantou-se todo animado e partiu para a casa do professor. Este, ao atender à porta, deu com Julico brandindo um machado para ele e levou um enorme susto! Mas Julico, todo sorridente perguntou ao professor se queria que "fizesse o serviço". E girava o machado perigosamente em direção ao apavorado professor.
"Que serviço?..." perguntou este com um fio de voz.
"Cortá lenha, ara! Que mais pudia sê?" riu o sorriso sem dentes mais amável que o professor já tinha visto.
"Aaaaahhhh...", fez o professor aliviado, "Claro!!!... que mais?... Claro!!! Pode entrar então!"
E Julico, pomposo, retrucou:
"Péraí, fessô, dex'eu buscá o machado!..."
"Mas... e esse... machado... aí... com você!... " estranhou o professor.
"Não!!!!", disse Julico olhando o professor de alto a baixo. "Magine!!!! Esse aqui é de passeio!"

quinta-feira, abril 26, 2007

FEBRE DOMÉSTICA


















Hoje me deu uma febre doméstica, arrumei algumas coisas que estavam mais do que precisadas e para variar, vamos rever umas dicas de limpeza...

Você deu um jantar, colocou aquela linda toalha de "ver Deus", branquinha, bordada, ou nada disso, mas que você gosta assim mesmo, serviu seu melhor vinho, serviu seus pratos mais caprichados, pois gosta muito das pessoas convidadas, afinal é aquela data que você esperou tanto tempo...
Sua festa foi um sucesso desmedido, todo mundo elogiou, todo mundo comeu, todo mundo bebeu, estava maravilhoso! Ah, que bom! Você acompanha os últimos casais até a porta e volta para dar uma arrumada, guardar as coisas, colocar na geladeira, pratos e copos na pia para lavar amanhã e ... Ohhhhhhhhhhhhh! Manchas de vinho tinto pela toalha toda!
Não se preocupe!


Receita antiga:

Passe um algodão embebido em água oxigenada 10 volumes.
Nas manchas de vinho branco, passe um pouco de leite e enxágue apenas com água.


Ou então, a receita moderna:

Compre uma toalha daquelas que você pode derramar seja o que for, molho de tomate, vinho, coca cola, chá, riscar com caneta esferográfica, não importa. Você limpa com um paninho e umas espirradas de detergente e depois lava normalmente. É impressionante essa toalha. As minhas compro de uma senhora que traz de Israel. São meio caras, mas valem a pena.


(Fazer o que, baixou o santo doméstico... Nem o pintor, nem o escritor estão se manifestando...)

terça-feira, abril 24, 2007

A Sapequinha


















Mas ela está ficando muito "top modelinho"! 

Já está se acostumando com a câmera e até sabe olhar e sorrir de lado, com esse ar de gatinha matreira, como quem diz: é pra posar? então vou fazer direitinho!


sábado, abril 21, 2007

A Glória do Shiost

Ele me levou de volta ao passado, aos tempos da faculdade, falando de uma misteriosa Glorinha e espicaçando nossa curiosidade e dizendo que jamais adivinharemos.
Algumas representantes do gênero feminino instalam-se para sempre em algum recôndito de nossa memória, de uma forma interessante. Geralmente porque eram "avançadas", o que causava nas outras (bons tempos???) uma interessante e controversa reação.
Éramos todas "meninas de família", de formação severa e nos sentíamos algumas vezes como se estivéssemos dentro de um veículo num safari, vendo as feras, mas protegidas. Morávamos em um pensionato, estávamos no 4º ano da Faculdade e éramos um tanto ingênuas, quase infantis.
Não sei de onde nem como apareceu essa tal de Glória, que ficou ali pouco tempo, tão fugaz que penso ter sido apenas por alguns dias.
Era bonita, cabelos negros, curtos, não muito alta e dona de um corpo que hoje seria considerado mais para fofinha, quase gordinha. Usava uns decotes que nos escandalizavam. Causava um estranho mal-estar. Contava de beijos ousados e de saídas pela madrugada com apaixonados vários e o quanto se divertia e os desconsiderava.
Não sei o fim da história, pois um dia desapareceu de nossas vidas, do mesmo modo que chegou. Do nada.

terça-feira, abril 17, 2007

Rebecca faz 3 meses hoje

Por isso o vestidinho e o laço de fita...
Não é por ser avó-coruja, mas vejam que seqüência interessante.
O que terá ela visto no bracinho para ficar tão intrigada? Um bichinho? Uma formiguinha?
Uma gota de leite?
Ou estará pensando:
"Estou muito branquinha!" "
Ou ainda:
"Preciso de uma pulseirinha bem legal..."



segunda-feira, abril 09, 2007

Zecão! Ó Zecão!

Onde estás
Que não respondes?
Em que Caos,
Em que Ordem
Tu te escondes
Que te procuro em vão?

Há uma falha no meu blog:
Há uma neblina, um fogg ,
O pedaço de uma ausência,
(Talvez minha incompetência),
Na Cadeira Limeirense,
E a Cadeira te pertence...

Somos um Grupo, de fato,
Somos Blogueiros do Mato,
Do interior deste Brasil!
Venho, então, por meio desta,
Cobrar presença, na festa,
Do meu amigo Zecão.

Do otimista comentário,
Mesmo hebdomadário
Se te apraz, não abro mão!
Pois já vi tua postagem
Em que afirmas com coragem,
Que só escreves com vontade.

Será uma exclusividade
Do Shiost, o teu comentar?
Como diz Maria Cecília,
Minha voz vou levantar
Em PROTESTO de sextilha,
Em ode, se precisar!

(Para Zélia peço venia para conclamar assim o Zecão...)

domingo, abril 01, 2007

Entre dois fogos







De um lado o calor prolongado e estressante, obrigando a abrir todas as janelas. Do outro lado, o Mosquito, visitante indesejável, vampiro, perigoso e odiado. E temos muitos aqui, de todos os tamanhos e tipos que existem.
Capturei no meu local predileto em minha casa, o escritório, um mosquito escuro rajado de branco, dos muitos que entraram e que não consegui matar, nem pegar.

Este entrou no começo da tarde e pousou na caixa acústica preta do monitor e, desta vez, tive uma idéia soprada por um dos meus Anjos: "Use um copo". Foi o que fiz. Tenho sempre um copo e uma jarra por perto o dia todo por causa do calor. Girei o copo e o apontei delicadamente para a caixa acústica e... prendi o mosquito. Em seguida, deslisei um papel da impressora por baixo do copo e pronto!
Levei meu pérfido prisioneiro para o lugar mais iluminado da casa e fotografei.
No dia seguinte, peguei outro com a técnica do copo. Pretendia juntá-lo ao primeiro e levar ambos para o Serviço Sanitário da Prefeitura. Mas, infortunadamente, o que consegui foi soltar os dois!
Depois da queda da árvore, estiveram aqui em casa os funcionários da Prefeitura para procurar focos de Aedes egypti, pois meu bairro tem 6 casos confirmados de dengue e estão aumentando assustadoramente os casos de dengue hemorrágica pela cidade. Há muitas recusas à entrada deles, pela paranóia de assalto, mas aqui foram muito bem recebidos, depois de confirmar que eles eram realmente enviados pela Saúde Pública. Declararam minha casa limpa de focos, mas quando lhes mostrei as fotos aumentadas do "meu" mosquito, eles confirmaram que era o Aedes egypti. E então deram a segunda má notícia: eles não podem fazer grande coisa para combater o vampirinho. Apenas cada cidadão pode combatê-lo, limpando meticulosamente seu jardim ou quintal, secando cada poça ou virando de boca para baixo cada vasilha ou balde, esvasiando pneus, e calhas e lavando e secando e desinfetando tudo muito bem etc. etc. etc., como todos já estamos cansados de saber.
E por que eles não nebulizam mais as casas? Porque, segundo me responderam,
1º) o veneno que eles usam para nebulizar é o malathiol, altíssimamente tóxico e que os moradores têm que sair com seus animais de estimação para fora durante pelo menos 30 minutos;
2º) além disso, os funcionários que fazem a nebulização estão sendo intoxicados gravemente e precisando ser internados um a um.
3º) e que, além disso, essa nebulização mata os mosquitos, mas não as larvas e o processo continua se repetindo indefinidamente.
4º) e, para terminar, apesar de tudo isso, eles virão sim, nebulizar a casa onde haja caso confirmado de dengue e as casas vizinhas para protegê-las, só neste caso.
Então, não tem saída. Ou cada um conscientemente cuida de sua própria residência, ou submete sua família a essa doença às vezes letal. É isso, aí, pessoal! Estamos por nossa conta e risco...
Vamos lutar!